[Avaliação] Argo Trekking é o SUV que a Fiat não tem: veja o teste
Com proposta aventureira, Argo tem conjunto mecânico do Renegade flex e traz potência de sobra com consumo alto de combustível
Autos Carros|Marcos Camargo Jr
Apesar da marca Jeep, que lidera as vendas de SUVs compactos e médios com o Renegade e Compass, a Fiat não tem um utilitário esportivo para chamar de seu. O projeto 363 baseado no Argo ainda demora então a marca lança mão do modelo Trekking com motor 1.8 e câmbio automático com a mesma proposta ao preço de R$ 69,9 mil.
O R7-Autos Carros avaliou o compacto aventureiro durante uma semana na cidade e na estrada. Além do visual aventureiro com molduras nas caixas de roda, grade com novos elementos em preto brilhante e colméia fosca, luzes auxiliares e adesivos alusivos à versão, o Argo Trekking 1.8 tem um algo mais.
São 30cv a mais do que o modelo Firefly 1.3 que apesar da fórmula antiga do motor e.TorQ se mostra ágil nas médias e altas rotações. São 139cv a 5750rpm com até 19,3kgfm de torque para mover o carro de apenas 1.140kg. A versão é 4cm mais alta e tem 21cm de altura em relação ao solo com bom resultado sem comprometer a dirigibilidade. Nesta versão ele tem controle de estabilidade e tração além de assistente de partidas em rampa. Na prática, é mais valente para enfrentar a buraqueira do dia a dia, além da valetas e outros desníveis comuns nas cidades brasileiras.
Mas nem tudo são flores, claro. O motor e.TorQ responde rápido mas o típico comportamento aspirado de respostas mais lentas. Trabalha com o câmbio Aisin de seis velocidade com suavidade e o consumo não é dos melhores. Aliás, é seu ponto fraco. Rodamos por cerca de 700km com o compacto e obtivemos a média geral de 6,4km por litro de etanol. Segundo o computador de bordo em pista livre no final de semana a média melhorou para 7,5km/litro e na estrada chegou a 8,5km/l.
Por dentro o Argo adota o visual inspirado na cor preta presente também nos seus emblemas escuros. O teto é revestido com tecido preto mas faz falta uma luz de cortesia na parte traseira e a iluminação dianteira é amarelada por conta da lâmpada halógena, o que não ajuda. O visual do acabamento apesar dos três anos de lançamento do Argo ainda é atual e seu painel, botões e comandos são de boa qualidade com direito a mimos como porta copos emborrachado o que evita barulhos. Já o volante é o mesmo da linha básica do Argo, em plástico injetado sem revestimento de couro que ele merecia.
Nesta versão o Argo Trekking 1.8 AT6 traz direção elétrica, ar-condicionado digital, vidros elétricos nas quatro portas, retrovisores elétricos com tilt down, chave com telecomando e alarme, faróis de neblina, computador de bordo, sensor de estacionamento traseiro, monitoramento da pressão dos pneus além de coluna de direção e banco do motorista com regulagem de altura e central multimídia com tela de 7 polegadas Uconnect compatível com Apple CarPlay e Android Auto.
Em relação ao Argo Trekking 1.3 de R$ 62 mil, o motor 1.8 traz conforto e ótimo desempenho na estrada apesar do alto consumo. Se por um lado a Fiat não tem SUV ainda, é possível dizer que entre os hatches aventureiros ele se destaca pelo pacote oferecido diante dos concorrentes Hyundai HB20X, Sandero Stepway e SUVs mais acessíveis como Peugeot 2008 1.6, Ford EcoSport 1.5 e Caoa Chery Tiggo 2 1.5.
Conheça em detalhes o Argo Trekking 1.8 AT6 neste vídeo do Autos TV:
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