[Avaliação] Compass 4Xe é duas vezes mais econômico que versão flex
Modelo que inaugura a eletrificação da linha Jeep vem bem equipado mas custa duas vezes o preço de um Compass flex
Autos Carros|Marcos Camargo Jr. e Marcos Camargo Jr.
Vale a pena pagar o dobro do preço de um Compass Longitude 1.3 flex para ter a economia de um modelo híbrido? Ao lançar o Compass 4xe a Jeep faz a proposta rumo à eletrificação e o primeiro representante é justamente o modelo líder entre os modelos médios. O R7-Autos Carros testou a novidade por um período de quatro dias para conhecer mais o Compass híbrido “4xe” (leia-se “four by E” como se fosse um i).
COMPASS 4Xe HÍBRIDO DE 350 mil custa o preço de dois FLEX mas faz 25km/l: VALE A PENA? Veja o vídeo!
Nas ruas pouca gente percebe que ele é diferente. Mas em alguns semáforos alguns reparam nos emblemas pretos com fundo azul, na cor azulada (não disponível no modelo nacional) e no desenho interno dos faróis.
Equipado com um algo mais
Fabricado em Melfi, na Itália, e não em Pernambuco, o modelo híbrido tem o mesmo padrão do “nosso Compass”. Ele é baseado na Série S, modelo topo de linha nacional e vem bem equipado com quadro de instrumentos digital de 10,25” e a central multimídia tem as mesmas 10,1” mas ganha algumas funções extras como monitoramento do sistema de recarregamento do carro.
Além do teto solar panorâmico e elétrico, farois Full LED e controle de cruzeiro adaptativo que não são novidades o Compass 4xe traz sistema de som Alpine com 506 watts.
Dois motores: um a gasolina e outro elétrico
O Compass 4xe funciona com dois motores ou três conforme o entendimento correto . Um deles é o conhecido 1.3 GSE Turbo a gasolina e não flex. São 180cv e não 185 cv, e o torque é de 27,5 kgfm associado ao câmbio automático de seis velocidades.
O sistema elétrico tem um motor elétrico chamado P1F na parte dianteira para dar um auxílio ao propulsor a gasolina. E na traseira o motor gerador “P4” gera mais 60 cv e bons 25,5 kgfm. Com esse sistema há uma bateria de 11,4 kWh e com autonomia puramente elétrica de 44 km.
Para pequenos deslocamentos, pode-se usar só o motor elétrico e fizemos isso ao longo do nosso teste. Sem compromisso com o desempenho o Compass “desliza” funcionando no modo elétrico. Mas algo interessante acontece quando o modo “Hybrid” é acionado por um botão lateral à esquerda.
São 240cv combinados e algo em torno de 53kgfm de torque. No fora de estrada ele não nega nenhum desafio funcionando com tração 4x4 embora se note o maior peso em função do conjunto mecânico pesado com motores extra e baterias. O ideal do veículo é mesmo usar no modo híbrido combinando o motor a gasolina, elétrico ou somado aproveitando a regeneração de energia ou os momentos de trânsito onde o veículo é desligado.
Em casa, foi possível recarregar a bateria externa com o plugue (fornecido) em tomadas 220V que podem estar junto do seu portão da garagem. No wallbox em 1,5h a bateria é carregada completamente. A bordo do carro se nota quando um ou os dois motores estão funcionando mas com uma sinergia suave que rendeu algo em torno de 24km/l ao longo do nosso teste com 500km de rodagem e três recargas das baterias sempre em casa.
Vale a pena pagar tanto por um híbrido?
Econômico sem dúvida. O Compass 4Xe é na prática bem mais equipado que as versões S a combustão turboflex. Em números comparativos é o dobro de economia ou pouco mais. Um Compass 1.3 turbo fica entre 8 e 10km com gasolina na cidade e nada além dos 12 ou 13 na estrada. Assim, o 4xe é econômico demais.
A limitação é justamente o preço. Considerando um Compass Longitude o preço de R$ 349,9 mil do híbrido compra dois modelos flex de R$ 170 mil e ainda sobra um dinheiro.
Vale a pena investir tanto por um híbrido? Talvez não. Só fazendo muita conta para rodar bastante e recuperar esse investimento poupando energia. Mas a própria Jeep parece saber disso. O Compass 4xe não é um carro de volume mas mostra os novos rumos da Jeep no Brasil e no mundo.
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