[Avaliação] Fiat Pulse 1.3 CVT traz o essencial a bordo
Crossover de entrada faz sucesso no mercado, e o R7-Autos Carros testa a versão de entrada automática
Autos Carros|Marcos Camargo Jr. e Marcos Camargo Jr.
Crossover requer câmbio automático, e são poucos os modelos disponíveis com transmissão manual. Mas nem todo consumidor quer um pacote completo no veículo. Por isso a Fiat disponibiliza a versão Drive 1.3 CVT, com um conjunto mecânico mais simples sem abrir mão do câmbio automático. O R7-Autos Carros testou a novidade ao longo de uma semana.
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Pacote dignidade
O Pulse Drive 1.3 CVT traz o pacote “mínimo” de comodidade para um veículo de sua classe. Tem multimídia de 8,4” (menor que a de 10 polegadas dos modelos mais caros), faróis de LED, piloto automático, câmera e sensores de ré, ar-condicionado e direção elétrica com ajuste de altura. No acabamento abre mão de alguns mimos, como o preto brilhante dos frisos e da grade, adotando o plástico preto.
Por fora, também não há emblema da versão, como na Impetus e Audace. O Pulse 1.3 Drive tem, ao menos, maçanetas (grandes) na cor do carro, que neste modelo avaliado vêm na cor cinza silverstone, com teto pintado na cor preta, bem como o defletor traseiro e os retrovisores externos. No mais, protetores e molduras são itens de série e conferem ao Pulse seu estilo de Crossover.
Do que ele abre mão?
A diferença nesta versão de acesso está justamente no motor. Trata-se do conhecido 1.3 Firefly de 98/107 cv e 17,3 kgfm de torque máximo combinado com o novo câmbio automático CVT, que permite simulação de trocas na alavanca. Essa combinação é 23 cv mais fraca que a do 1.0 turbo de 130 cv.
O Pulse Drive também dispensa alguns itens, como bancos de couro, farol auxiliar, alerta e frenagem automática e acabamento interno mais caprichado. Forrações de porta, painel e volante até se esforçam, mas mesclam apenas superfícies e tonalidades diferentes de um plástico mais simples. Na prática, só os puxadores de porta é que vêm na cor cinza. No volante essa ausência de um revestimento melhor é ainda mais sentida, já que sem revestimento macio o aspecto rústico é mais evidente.
Desempenho é modesto, mas cumpre seu papel
Mas no uso urbano e eventualmente rodoviário o Pulse Drive não faz feio. O motor de 107 cv, combinado com o câmbio CVT, mostra um acerto inicial satisfatório. Com 1.100 kg o Pulse tem aceleração inicial interessante, ainda que falte fôlego em viagens. Na cidade o motorista nem vai perceber essa limitação, a não ser em ladeiras mais íngremes.
O carro tem boa dirigibilidade, mas não perdeu o DNA Fiat, com suspensão mais alta voltada ao conforto derivada de modelos mais antigos, como o Argo/Cronos e a própria extinta linha Palio. Isso é bom para quem é cliente da marca, mas requer costume para quem tinha um veículo de outra marca. Em situações de lama, cascalho e areia em geral, o sistema TC+ ajuda a compensar a tração perdida em uma das rodas dianteiras.
Mas é claro que o Pulse não foi feito para aventuras desse tipo. Ainda assim, o controle de tração e a estabilidade, combinados com o TC+, fizeram a diferença em um trecho de pista arenosa do litoral paulista.
O espaço interno é no máximo suficiente, pois o Pulse tem bancos maiores e mais largos que os do Argo, mas na parte traseira a plataforma MLA só foi ampliada em 1 cm, resultando em 2,53 m de entre-eixos. O porta-malas tem apenas 370 litros e o comprimento do carro é de 4,09 m. Isso nos faz lembrar da sua origem, que é a de um carro compacto, e o deixa em desvantagem quando comparado com os rivais. Os pneus são aro 16, combinados com rodas de liga leve de desenho elegante.
Baixo consumo
Falando em viagem, o consumo surpreendeu muito. A média ao longo de 700 km com o carro foi de 12 km/l de etanol em circuito misto de cidade e estrada. No computador de bordo, em velocidade constante de 80 km/h, o Pulse marca bons 17 km/l (trecho de 60 km) enquanto na cidade a média ficou em 10,5 km/l sob trânsito intenso e na estrada em 14,2 km/l em um trecho de 350 km.
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A versão Drive 1.3 CVT é feita para quem quer o mínimo de um Crossover compacto. Multimídia, posição elevada, conforto para rodar sem abrir mão de consumo reduzido, ainda que com desempenho modesto. O Fiat Pulse Drive 1.3 CVT custa R$ 93 mil, preço que pode ser mais alto em estados como São Paulo, que tem ICMS majorado, chegando a R$ 96 mil. Caro? Modelos de proposta semelhante e motor aspirado, como Nissan Kicks, Renault Duster, Peugeot 2008 e Citroën C4 Cactus, são um pouco mais caros.
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Assim, a Fiat empreende um bom caminho ao usar a experiência desse mercado nos modelos da Jeep. O Pulse Drive tem o mínimo necessário para um uso cotidiano agradável sem custar tanto como os rivais, propondo custo-benefício em tudo, inclusive no preço.
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