O sedã premium mais vendido do mercado, o Mercedes Benz Classe C, corresponde a 39% das vendas da marca no Brasil. A atual geração, 4ª, já vendeu cerca de 1,9 milhão de unidades no mundo.
No mercado nacional, o sedã representa 51% do segmento que tem como principais concorrentes a recém renovada BMW 320i e Audi A4. Se por um lado o design do sedã mudou pouco é fato que a solução híbrida aponta para um futuro viável em termos de solução que reduz nossa dependência dos motores a combustão. O Classe C200 EQ Boost, o destaque fica por conta da adoção do motor 1.5 turbo a gasolina de 183cv com 28,6kgfm de torque associado a um propulsor elétrico de 14cv (48v), que é alimentado por um alternador de dupla função. O resultado é a melhora da autonomia e redução do consumo em um sistema híbrido leve, como a marca prefere chamar.
O R7 levou o C200 EQ Boost para as ruas para avaliar o desempenho desta solução e entender o que o futuro da Mercedes-Benz nos reserva. Futuro que aliás, já chegou.
Afinal: é ou não é híbrido?
Apesar de ter um motor elétrico, ele não atua sozinho e sim complementa o motor a combustão, razão pela qual a montadora evita chamá-lo de híbrido embora, na prática o carro seja. Funciona com um alternador conectado por correia ao virabrequim e que auxilia o motor a combustão quando maior potência é exigida. Assim, ele dispensa comandos extras e ajustes pois funciona o tempo todo independente da ação do motorista.
Esse sistema conta com bateria auxiliar de 48V alimentada constantemente e de forma independente do acumulador comum, de 12V.
Também testamos na estrada o sistema de roda livre, que desliga o motor em velocidade de cruzeiro quando o motor não é exigido, tornando a religá-lo quando necessário.
Em uma semana, tivemos a oportunidade trafegar com o C200 EQ Boost por trechos urbanos e rodoviários e fica fácil gostar dele pelo conjunto sempre confortável e com maior economia. O sedã traz um consumo de combustível com média de 15km/l na cidade. No primeiro contato, ao acelerá-lo, o carro parece um pouco lento, mas o câmbio GTronic de 9 velocidades aproveita ao máximo o motor 1.5 turbo e entrega desempenho desde as faixas médias de rotação.
Dia a dia
Como um legítimo Mercedes, o C200 pode ter mudado pouco, resultado do facelift no para-choque, adoção de farois em LED e mudança nas lanternas, mas cumpre seu papel com maestria. Um outro ponto positivo do carro é o isolamento acústico do carro, sem ruído de pneu ou do som externo vindo das frestas nas portas. A suspensão continua muito precisa graças ao sistema independente na dianteira e traseira com solução multilink, controles de tração e estabilidade.
Ainda assim, no trajeto rodoviário, apesar da viagem confortável, as reduções são lentas e ao subir o giro o carro entrega o barulho do pequeno propulsor. É notável que nas marchas mais altas o consumo é reduzido drasticamente.
Como esperado para um Mercedes-Benz, os bancos de couro têm ajuste elétrico para motorista e passageiro, o cluster é totalmente digital de 12,3” e tem três opções de mostradores: clássico, esportivo e progressivo. O sedã ainda conta com uma nova tecla de ignição e o novo volante com touch control.
O que poderia ser diferente é o kit multimídia NTG 5.5, que possui espelhamento para Android Auto e Apple CarPlay, porém não tem a funcionalidade touchscreen. Os controles de som são feitos por botões que ficam no console central e no volante.
Segurança de série
No quesito segurança o C200 EQ Boost conta com Assistente Ativo de Frenagem que detecta veículos e pedestres e sinaliza a necessidade de pisar no freio, airbags dianteiros e laterais para condutor e passageiro dianteiro e windowbags para condutor, passageiro dianteiro e passageiros do banco traseiro, freios adaptive brake (ABR); controle eletrônico de estabilidade (ESP); distribuição eletrônica de força de frenagem (EBD); sistema anti-bloqueio dos freios (ABS); controle de tração na aceleração (ASR); tração eletrônica em cada roda (ETS); assistente de freio (BAS); assistente de partida na subida (HSA); pré-carregamento de freios, Brake drying e função Hold; Isofix.
Conclusão
Para quem procura um carro premium com bom desempenho e consumo de combustível baixo, certamente encontrará no Mercedes-Benz C200 EQ Boost uma ótima opção no mercado. A motorização é moderna, a autonomia é condizente com sua proposta e o motor 1.5 é potente e traduz a essência do downsizing no nosso mercado.
Apenas a conectividade poderia ser melhor com um sistema atualizado tal qual o já disponível no Classe A e no recém apresentado CLS com o wide-cockpit. Em um carro de R$ 228,9 mil, trava batalha dura com Audi A4 e com o novo BMW 320i.
*Com a colaboração de Guilherme Magna