[Avaliação] Nivus é versátil e tecnológico mas se comporta como um Polo
Crossover compacto chega com desenho atualizado e boa lista de equipamentos: testamos a novidade por uma semana rodando 500km na cidade e estrada
Autos Carros|Marcos Camargo Jr
Recém lançado o Volkswagen Nivus é o produto do ano para a marca no país com pretensão, inclusive, de ser produzido e vendido na Europa. Com perfil cupê, versatilidade de um crossover e uma boa dose de tecnologia, o R7-Autos Carros avaliou o Nivus Highline versão topo de linha vendida por R$ 98,3 mil durante uma semana rodando cerca de 500 quilômetros na cidade e estradas para conhecer melhor o produto.
As boas vindas do Nivus ficam por conta do perfil tecnológico. Mesmo com o painel rústico, típico dos modelos da Volkswagen, o painel digital de 12 polegadas com a nova multimídia Volks Play mudam a experiência a bordo. E dá para ir muito além do visual.
Rápida e precisa, a tela responde a qualquer comando em no máximo três cliques, conta com loja própria de aplicativos além de computador de bordo e os esperados Apple CarPlay e Android Auto além de bluetooth e conexão via USB. Também é possível compartilhar o sinal do celular e consumidor o próprio pacote de dados (diferente do Tracker por exemplo que tem um pacote próprio mas rende uma despesa extra no fim do mês). Mesmo sem o volume "físico" ele está ao alcance da mão no novo volante, o mesmo usado no Golf alemão.
Ao sentar no Nivus a sensação de direção confirma os números. Ele é 10cm mais baixo do que o T-Cross e apenas 2,5cm mais alto que o Polo. Assim, e equipado com o mesmo motor 1.0 TSI de 128cv e 20,4kgfm de torque que a versão Highline do compacto o comportamento é muito parecido. Ágil na cidade, suficiente na estrada e com entrada confortável e segura nas curvas.
Por ser mais baixo o trabalho aerodinâmico é facilitado. O motor trabalha em silêncio boa parte do tempo e só é sentido mesmo ao acelerarmos com vigor explorando o modo "S" do câmbio. Na terra, um pouco mais duro do que o esperado mas na cidade, reina o conforto mesmo não sendo tão alto quanto os rivais e com assento baixo - os mesmos aliás - do Polo.
Ponto extra para a segurança fica por conta do controle de cruzeiro adaptativo (ACC) que mantém a velocidade ajustada por um botão no volante e a distância do carro que vai à frente. Se o companheiro frear, o Nivus acompanha mantendo a distância sendo bem fácil se acostumar com a novidade.
Os passageiros não reclamaram (mas não elogiaram) o espaço do banco de trás. Há uma saída de ar condicionado e um ponto de carregamento de USB mas a família terá 2,57m de entre-eixos, 9cm a menos em relação ao T-Cross e se sentirá, novamente, no Polo. No porta-malas, virtude cardeal para um crossover familiar, a tampa tem ótimo ângulo de abertura e faz lembrar a proposta dos clássicos Passat "3 ou 5 portas" ou no Pointer dos anos 1990. São 415 litros de capacidade em um generoso compartimento.
O conjunto mecânico do Nivus Highline é interessante para todas as propostas. Parece pouco um propulsor três cilindros turbo de 116cv com gasolina e 128cv com etanol mas ele se mostra suficiente para os 1.199kg do crossover. Em alta velocidade só começa a dar sinais de falta de fôlego a velocidade que acima dos 140km/h.
Mas convenhamos, nenhuma estrada permite esse cruzeiro e só testamos essa limitação uma vez. No dia a dia, com cinco pessoas a bordo e bagagem, ele será um bom (e tecnológico) companheiro para reforçar a presença da Volkswagen no segmento mais disputado do país. Com a mesma dirigibilidade do Polo, o crossover é uma boa derivação projetada de olho no consumidor jovem comprador desse perfil de carro onde há muitas opções mas que agora ganha mais uma com elementos tecnológicos que agradam.
No fim das contas o consumo do Nivus ficou entre 11km na cidade e 14,4km na estrada abastecido com gasolina.
O Nivus Highline custa R$ 98.290,00 com três anos de garantia.
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