[Avaliação] Polo GTS: por que pagar R$ 100 mil neste esportivo?
Trunfo do compacto é o motor elástico de 150cv e conjunto mais rígido de suspensão: tendo em vista o preço do Polo Highline, o esportivo GTS pode ser uma boa ideia
Autos Carros|Marcos Camargo Jr
O Polo GTS carrega uma herança dos esportivos compactos que brilham na marca Volkswagen desde os anos 1970. Em 1975 a versão GT do Polo tinha motor 1.3 de 114cv e se tornava o esportivo acessível além de versão topo de linha. 45 anos depois o Polo GTS retoma o emblema que nasceu aqui com o Gol em 1987. Com outras pretensões o modelo atual traz uma receita de sucesso: o motor mais potente da marca produzido no Brasil combinado com suspensão esportiva e bom de nível de equipamentos que testamos aqui no R7-Autos Carros.
O Polo GTS tem visual distinto. Usa grade específica em formato de colmeia com o emblema da versão presente também nas laterais, pneus e rodas aro 17, dupla saída de escapamento e spoiler traseiro além dos retrovisores na co preta com repetidores de seta.
O interior é interessante mas esqueça os bancos Recaro. Há assentos de tecido e couro com apoio lateral e emblema GTS em relevo, painel com cobertura na cor cinza, pedaleiras cromadas, volante com base achatada. Active Info Display, além do multimídia Discover Media com tela tátil de 8″ e Android Auto/Apple CarPlay. Na tela central estão novas funcções como o monitor de desempenho, o cronômetro e um laptimer, útil em track days.
Seria um exagero? Não absolutamente. O motor 1.4 TSI usado no T-Cross Highline e nas versões de entrada do Tiguan AllSpace e do Jetta caiu bem ao compacto. Rende 150cv com 25,5kgfm de torque. Acelerando, mostra força de sobra acima dos 2.000rpm com trocas de marcha em 3.000rpm no modo Sport. Com bloco e cabeçote de alumínio, injeção direta e duplo comando de válvulas variável, o TSI brilha no GTS ainda que controlado por câmbio de seis marchas com shift paddle (não há opção de versão manual por enquanto).
Em uso normal na estrada, sem exagerar no pé, o motor trabalha a 1.800rpm e rende 17,8km/litro a 100km/h. Na cidade no modo normal faz 12,5km/litro usando sempre gasolina.
A dinâmica do carro é acertada com curvas precisas mostrando o acerto do conjunto. O ajuste de carga dos amortecedores e molas é específico, barra estabilizadora e eixo traseiro são reforçados para ser fiel à receita.
No quesito segurança vale reforçar o freio a disco nas quatro rodas mas apenas quatro airbags enquanto o T-Cross, por exemplo, tem seis bolsas. Outro ponto a considerar é o ruído esportivo graças a um emulador de som que vibra conforme a rotação do motor sobe. A origem é de uma peça chamada Soudaktor posicionada sob a calha do limpador e que fica oculta mas transmite a sensação de ronco envolvente. Do lado de fora, não se ouve nada de diferente.
No modo Sport além da maior dureza na direção as trocas são feitas em regime elevado e o carro responde visivelmente melhor. Apesar disso não há desconforto para os passageiros. Falando nisso o porta malas tem um subwoofer sob uma tampa que deixa o compartimento mais raso e com 300 litros. Mas a qualidade de som assinado pela marca Beats merece elogio.
O Polo GTS custa de R$ 99 a R$ 103 mil o que pode ser muito para um compacto que mesmo bem equipado traz o acabamento simples e com plástico rígido como toda a linha do Polo. Mas vale a consideração: o Polo 1.0 TSI Highline custa R$ 83 mil e com uma diferença de R$ 17 mil é possível levar um carro com acerto dinâmico superior e muito mais potência para se divertir em uma pista fechada aos finais de semana.
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