[Avaliação] S10 High Country mantém virtudes mas deve tecnologia
Rodamos com a nova S10 por trechos urbanos e rodoviários; saiba tudo sobre uma das picapes mais vendidas do Brasil
Autos Carros|Do R7 e Marcos Camargo Jr.
A Chevrolet apresentou no início do segundo semestre do ano passado a nova S10, com mudanças visuais na dianteira e mais tecnologia para se alinhar às rivais. O R7 Autos Carros avaliou a versão High Country da utilitária que mudou para competir de frente com concorrentes que também receberam alterações recentes como a Ford Ranger, Mitsubishi L200 e Toyota Hilux.
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Vale lembrar que mesmo após as mudanças a pick-up Chevrolet perdeu a vice-liderança para a Ford Ranger. Enquanto a Hilux teve 3.373 unidades comercializadas a Ranger fechou abril com 2007 e a S10, mesmo chegando perto, ficou com 1.987.
Mudou pouco
Alem das mudanças na dianteira, a linha 2021 trouxe para a S10 novas rodas aro 18” que ganhou novo desenho e alguns ajustes sutis na suspensão. Assim como já foi dito por executivos da marca, a próxima geração de picapes deve unificar a S10, a Colorado e a Silverado que ainda está cotada para ser comercializada pro aqui. Pensando nisso, a S10 recebeu elementos de inspiração do modelo norteamericano.
A GM apostou em um visual mais arrojado para a linha 2021. No estilo externo pouca coisa mudou apesar de que cada versão tem um visual específico. Na topo de linha High Country, a picape tem um novo para-choque exclusivo com a grafia “Chevrolet” em relevo na barra central de cor preta. Uma outra novidade é o deslocamento da gravata dourada, para a parte inferior esquerda da grade.
Na traseira nada mudou, assim como a parte mecânica. O motor é o conhecido 2.8 turbodiesel de 200 cv e 51 kgfm de torque, com apenas uma pequena recalibração em relação ao modelo anterior, que segundo a montadora deixa o modelo de 3% a 10% mais econômico. O câmbio é automático de seis velocidades igualmente sem mudanças.
No quesito segurança a nova S10 High Country também recebeu importantes atualizações. A Chevrolet optou por manter o alerta de colisão frontal, porém agora com frenagem automática de emergência e detector de pedestres. Além disso, a picape ainda recebeu alerta de ponto cego e alerta de saída de faixa.
Na vida real
As mudanças no visual também foram sentidas na prática. Com o novo para-choques na versão high Country, o ângulo de entrada passou de 27 para 29º, o que dá ainda mais folga para entrada em buracos ou vias onde o asfalto irregular pede um carro mais alto. Sempre robusta a S10 equilibra força e conforto mostrando avanços sutis para o motorista e o passageiro. Na prática a S10 está melhor habilitada para o off-road e mais equilibrada para rodar na cidade. Além de claro, o bom torque do motor melhorar a percepção de um utilitário potente com consumo reduzido. Apesar disso não notamos nenhuma mudança no consumo que já era bom: 11km/l na cidade e 15km/l na estrada.
A direção elétrica também é um ponto positivo. Se compararmos com outras picapes com Nissan Frontier e Ford Ranger, ambas picapes ainda possuem direção hidráulica bem mais pesada. Com isso a dirigibilidade da picape melhorou para realização de balizas ou manobras que exigem uma força maior nos braços para girar o volante.
Deslizes tecnológicos
Outra boa notícia da nova S10 é o Mylink, que também recebeu atualizações esperadas mas não todas. Seguindo o padrão que foi adotado em outros modelos, como Tracker, Onix e Cruze, agora o carro conta com tela de 8”, GPS Nativo e Wi-fi a bordo. A GM ainda instalou na picape uma antena que amplifica o sinal e o deixa até 12 vezes mais estável, o que faz com que os ocupantes do veículo tenham internet, mesmo se o celular estiver com sinal deficiente. Os sistemas Android Auto e Apple CarPlay agora não precisam de cabo para serem espelhados na tela e a conexão pode ser feita por Bluetooth.
Porém, mesmo custando próximo dos R$ 235 mil a S10 ainda apresenta um painel simples, com excesso de plástico e chave convencional e não presencial, como alguns de seus concorrentes. O painel não teve atualizações e em conjunto com o volante mostra que a pick-up fica devendo soluções mais atuais. O visor LCD do painel tem apenas uma cor e comandos bem antiquados. A utilitária também fica devendo saída de ar condicionado para a traseira em uma cabine tão grande.
Na cidade e fora dela
Andando com a picape pela cidade, é perceptível a boa estabilidade e potência sempre disponível por conta do bom torque. A suspensão trabalha bem mesmo longe do seu DNA, que são os trechos off-road.
O ponto a considerar é o mesmo para todos os integrantes deste segmento: não é fácil encontrar vagas para ela nas ruas e até mesmo o acesso a alguns locais fica prejudicado como drive-thrus e estacionamentos de shoppings e supermercados. Já na estrada, o vigor dos 200cv é sentido nas acelerações onde o ruído comum do veículo a diesel invade a cabine que poderia ser um pouco mais silenciosa.
Aliado ao bom conforto para os ocupantes está a economia, uma das melhores da categoria. Apos um tanque completo, com a picape pela cidade registramos a média de 11,2km/l e na estrada o consumo chega a 16km/litro tomando por média a rodagem com quatro ocupantes e um pouco de bagagem. No total o trecho rodoviário chegou a 250km rodados.
Quem optar pela nova S10, vai perceber que as mudanças caíram bem para a linha 2021. Nos quesitos dirigibilidade, conectividade e capacidade para levar 1.061 litros na caçamba a picape está enquadrada entre as melhores do segmento com a melhoria do design e mantendo suas virtudes principais. Porém, para colocar a versão High Country na garagem, o interessado precisará desembolsar R$ 233.990, um valor superior a Ranger, segunda colocada entre as mais vendidas e menor em relação a Hilux, líder do segmento.
*Em colaboração Guilherme Magna
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