[Avaliação] T-Cross Highline vem super equipado com preço de SUV médio
Versão topo de linha do crossover compacto pode chegar a R$ 125 mil com todos os opcionais, mas desempenho do motor de 150cv e o Active Info Display são destaques para o segmento
Autos Carros|Marcos Camargo Jr
A Volkswagen sabia do potencial que tinha ao lançar no mercado brasileiro o T-Cross, em abril. Foram quase 20 mil unidades vendidas em sete meses o que já incomodou a concorrência do segmento que tem produtos desde a faixa de R$ 60 mil, mas que tem boa parte dessa fatia dividida entre os crossovers de R$ 90 a R$ 100 mil.
De lá para cá, a maior demanda pelo SUV compacto da Volkswagen está justamente nas versões mais caras, o que mostra a pretensão do consumidor de gastar mais por um produto equipado e tecnológico. Assim, o R7 Autos Carros avaliou por uma semana o T-Cross Highline 250 TSI, modelo mais caro da gama, vendido a partir de R$ 109,9 mil mas que com todos os requintes chega a R$ 125 mil.
Upgrade
O visual moderno do crossover ganha requintes como os farois e luzes em LED, a grade com detalhes cromados, o emblema lateral da versão, friso e rack de teto e parachoques específicos. A roda aro 17 com esse desenho também só aparece no Highline e veste bem o conjunto de pneus 205/55.
Por dentro há quatro tons de revestimento cinza sendo um acetinado, na metade do painel, e outro quase branco, ao redor. Apesar da clareza (há luzes internas de LED para reforçar) não há superfícies emborrachadas no T-Cross. Apesar da boa qualidade de montagem, falta esse requinte visto em concorrentes como o Jeep Renegade, Hyundai Creta e até o Ford Ecosport.
Os bancos em couro mesclam tons de cinza com ar de inovação e os passageiros do banco traseiro tem saída de ar condicionado e dois pontos de recarga USB. O espaço é bom mesmo com o túnel central graças aos 2,65m de entre-eixos e apesar do porta-malas pequeno de 373 litros (expansível para até 420 litros ao deixar o encosto do assento traseiro mais reto). Falando em novidades, o teto panorâmico (opcional de R$ 4.800) clareia ainda mais o interior do T-Cross.
Equilíbrio e potência
O motor 1.4 TSI de 150cv caiu muito bem ao T-Cross. Tem 25,5kgfm que surge logo a partir das 1.500rpm. Com o câmbio de seis marchas que conta até com shift paddle, o crossover de 1.292kg se mostra equilibrado e rápido com mínimo turbo lag. Diferente da versão 1.0 que tem arrancada mas falta fôlego, o motor 1.4 EA211 é mesmo a fórmula precisa para fazer o Volkswagen brilhar.
Com controle de estabilidade e tração e ainda os modos de condução (vendidos como opcional junto com o painel digital e comandos de voz por R$ 4.000), o SUV compacto se mostra seguro. A calibração do freio é precisa graças ao ABS e também aos quatro freios a disco. Em caso de colisão, ele conta ainda com 6 airbags.
Tecnologia para quem paga
Ao volante o T-Cross Highline entrega leveza, aceleração e experiência de condução interessante. Além disso, o painel digital Active Info Display traz informações claras e comandos ao alcance da mão sem excesso de cores e submenus.
A multimídia também é rápida e intuitiva e demanda algum tempo explorando informações. O som premium Beats (vendido junto com o Park Assist por R$ 6.050) também se faz notar pela boa equalização ao conectar um smartphone. Já ao escutar o rádio, o ruído e interferências não fazem diferença no equipamento.
Vale a pena?
Assim, se oferecido com todos esses itens o T-Cross é mesmo um destaque no segmento oferecendo itens que seus concorrentes não tem. No entanto, o preço é elevado encostando no Tiguan, ultrapassando o líder Jeep Compass e perto do Chevrolet Equinox. Para quem deseja um SUV compacto muito bem equipado, ficará à vontade no Volkswagen pelo desempenho e pela tecnologia que vai muito além de uma boa multimídia. Já para quem precisa de espaço a mais, vale explorar o segmento dos SUVs médios, abrindo mão é claro, de requintes do T-Cross Highline.
Diante dos concorrentes, o T-Cross certamente irá se sobressair em termos de desempenho, perdendo somente para o Citroën C4 Cactus com motor THP e câmbio AT que no Peugeot 2008 está para chegar. Ainda na seara dos modelos turbinados, ele é mais empolgante que o Chevrolet Tracker. Quando comparado com o líder Renegade, o TSI está muito à frente do motor aspirado 1.8 da FCA, e também do Ford EcoSport 1.5, Hyundai Creta, Nissan Kicks e o igualmente caro Honda HR-V.
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