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Carlos Tavares pede demissão da Stellantis

Anúncio foi feito ainda no último final de semana com os mercados acionários fechados

Autos Carros|Marcos Camargo JrOpens in new window

Stellantis/Reprodução

Carlos Tavares já não é mais o CEO da Stellantis. O anúncio foi feito ainda no último final de semana com os mercados acionários fechados e deve ter impactos importantes para o grupo franco italiano. Após resultados negativos em 2024, uma reunião do Comitê Executivo, presidido por John Elkann, aceitou o pedido de Carlos Tavares de forma imediata após quatro anos no cargo. Um novo CEO será nomeado no começo de 2025. A Stellantis é um conglomerado que reúne as empresas Fiat, Jeep, Peugeot, Citroën, RAM, Opel e Alfa Romeo.

Stellantis/Reprodução

Sem um pronunciamento de Tavares, alguns membros do conselho emitiram pareceres a respeito da saída do CEO português. O Diretor Independente Sênior da Stellantis, Henri de Castries, comentou: “O sucesso da Stellantis desde sua criação tem se baseado em um alinhamento perfeito entre os principais acionistas, o Conselho e o CEO. No entanto, nas últimas semanas, surgiram pontos de vista diferentes que levaram o Conselho e o CEO à decisão de hoje.”

Stellantis/Divulgação
Stellantis/Divulgação Stellantis/Divulgação

“Somos gratos a Carlos por seu compromisso inabalável ao longo dos anos e pelo papel que desempenhou na criação do Stellantis, além dos relançamentos anteriores da PSA e da Opel, dando início à nossa jornada para nos tornarmos líderes globais no setor. Pretendo começar a trabalhar imediatamente com nosso novo Comitê Executivo Interino, com o apoio de todos os nossos colegas da Stellantis, enquanto concluímos o processo de nomeação de um novo CEO. Juntos, garantiremos a implementação oportuna da estratégia da empresa no interesse de longo prazo da Stellantis e de todos os seus acionistas”, disse o presidente do Conselho John Elkann.Eletrificação em cheque Carlos Tavares pede demissão em meio a uma transição ainda incerta para os carros elétricos na Europa. A União Europeia havia aprovado o fim dos carros a combustão já em 2035 mas após o lobby de algumas montadoras já não há mais um prazo para isso ocorrer. Esse cenário ocorre em meio ao baixo crescimento das vendas de modelos elétricos no Velho Continente. No início do ano Carlos Tavares discordou de um plano para postergar o fim dos carros a combustão: “Há anos sabemos que seriam implementados limites mais rigorosos e nós trabalhamos arduamente para estarmos preparados”, disse. “Mudar as cartas alguns meses depois do sinal verde para este novo desafio não é correto.” Emendou. A crise da Stellantis também se repete em outras montadoras europeias em relação à eletrificação. A Volkswagen também confirmou que irá promover cortes de custos depois dos resultados ruins de vendas na Europa. Tavares começou sua trajetória profissional em 1981 na Renault. Passou pela Nissan e desde 2014 está no grupo Stellantis, à época na PSA (Peugeot Citroën). Desde 2020 está no cargo de CEO quando o grupo Stellantis foi formado.

Os textos aqui publicados não refletem necessariamente a opinião do Grupo Record.

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