Carro elétrico com placa solar: dá para carregar a bateria com energia do sol?
Placas solares em carros elétricos já geram energia para ampliar a autonomia mas não carregam o veículo
A possibilidade de carregar um carro elétrico com placas solares integradas à carroceria voltou ao centro das discussões com o avanço de projetos apresentados por montadoras e fornecedores globais. Há quem diga que instalando uma placa no teto o carro teria assim “energia infinita”. Mas isso é verdade?
Embora a tecnologia ainda não substitua a recarga tradicional na tomada ou wallbox, soluções recentes mostram que a energia solar embarcada já pode contribuir de forma prática para ampliar a autonomia e reduzir o consumo da rede elétrica.
Dá para dispensar o carregador?
Há muitos memes e conteúdos na internet sobre placa solar instalada no teto, capô ou caçamba do carro mas a verdade é que essa geração de energia não é suficiente para movimentar o veículo.
Na prática, os painéis solares instalados em veículos elétricos convertem a radiação solar em eletricidade, que pode ser direcionada para a bateria principal ou para sistemas auxiliares. O principal limite está na área disponível para captação. Mesmo cobrindo todo o teto, a potência gerada é baixa quando comparada à capacidade das baterias de tração, que normalmente exigem dezenas de kWh para uma recarga completa.
Porém…
Há algumas soluções que podem ajudar na recarga mas não são o suficiente para toda a demanda de energia. Um dos exemplos mais avançados é o da Nissan. A montadora japonesa apresentou um protótipo do Sakura EV equipado com o sistema Ao-Solar Extender. O modelo conta com um painel solar fixo no teto, capaz de gerar energia mesmo com o veículo em movimento, e um segundo painel móvel que se abre quando o carro está estacionado, ampliando a área de captação. Segundo a Nissan, o sistema pode acrescentar até 3.000 km de autonomia por ano, dependendo das condições de insolação, o que equivale a alguns quilômetros extras por dia em uso urbano.
No segmento de picapes elétricas, a Rivian adotou uma solução diferente. A R1T passou a contar com uma capota rígida equipada com painéis solares, oferecida como acessório. O sistema gera energia para uma bateria auxiliar, usada para alimentar equipamentos, ferramentas e sistemas de camping, sem ligação direta com a bateria principal de tração. A proposta atende principalmente usuários que buscam maior autonomia energética fora da rede elétrica, como em trilhas e viagens off-road.
Os dois casos mostram que a energia solar embarcada ainda tem papel complementar nos carros elétricos. A geração não é suficiente para substituir carregadores residenciais ou públicos, mas ajuda a manter a carga da bateria, reduz perdas quando o veículo fica longos períodos parado e reduz o uso da rede para alimentar sistemas auxiliares.
Com o avanço da eficiência dos painéis solares e a integração mais profunda com os sistemas elétricos dos veículos, a tendência é que esse tipo de solução se torne mais comum nos próximos anos. Por enquanto, placas solares em carros elétricos funcionam como um reforço à recarga tradicional mas diferente do que dizem memes e outros conteúdos de Internet sobre esse tema não é possível ter um carro elétrico “autocarregável” ainda.
✅Fique por dentro das principais notícias do dia no Brasil e no mundo. Siga o canal do R7, o portal de notícias da Record, no WhatsApp
