E-Delivery: R7 testou o primeiro caminhão elétrico fabricado no país
Modelo terá versões de 11 e 14 toneladas e motor de 408 cv
Autos Carros|Marcos Camargo Jr. e Marcos Camargo Jr.

A transição para a mobilidade elétrica passa por todos os modais de transporte incluindo o de cargas e o Brasil surpreende positivamente neste quesito. Com mais de 200 unidades encomendadas sendo mais da metade pela gigante de bebidas Ambev, o Volkswagen e-Delivery é o primeiro caminhão elétrico desenvolvido e fabricado no país. Chegando em duas versões, com 11 e 14 toneladas de peso bruto total, o e-Delivery é destinado a entregas urbanas com motor de 300kw e muito apetite por um mundo sem emissões de poluentes que o R7-Autos Carros testou em um circuito fechado.
VOLKSWAGEN E-DELIVERY É O CAMINHÃO ELÉTRICO COM 408cv e até 250km de autonomia; preço e avaliação. Veja o vídeo!
Olhando por fora o caminhão tem visual muito parecido com o modelo diesel que é líder em vendas no segmento. Ele vem equipado com motor de 300 kw, algo como 408 cv e 220 kgfm de torque, com entre-eixos de 3,30m, com conjunto mecânico posicionado na parte traseira do chassi enquanto as baterias de lítio ferro fosfato estão na posição central após a cabine. Todo o projeto, iniciado em 2017, conta com a participação de empresas como GDSolar, Siemens e ABB (envolvidas no sistema de solução de recarga), WEG e Eletra (conjunto mecânico), além da Moura e CATL (baterias) e também Bosch e Meritor.

A VWCO (Volkswagen Caminhões e Ônibus) mostrou uma preocupação com o sistema de gerenciamento de carga e da frota, fundamental para a operação desse tipo de veículo. Em carregadores de alta voltagem, por exemplo, a recarga é feita em apenas duas horas, o que permite a operação contínua do e-Delivery nas cidades em jornada dupla parando apenas para fazer a recarga e reabastecimento da carga. O caminhão elétrico tem 6.320kg de carga útil na versão 11 toneladas e 9.055 kg para o de 14 toneladas. As duas versões estão disponíveis com duas opções de baterias: 3 packs com 110km de autonomia ou 6 packs com 250km de autonomia.

Andar confortável com a dirigibilidade esperada
O e-Delivery tem o mesmo visual, posição e até mesmo alguns comandos similares com o modelo 2.8 diesel que é líder de vendas no segmento de veículos urbanos. A diferença está no protetor lateral do pack de baterias que identifica o modelo 100% eletrificado. Ao subir na cabine, encontramos o painel rústico e típico da marca além da falta de alguns comandos pois a operação do e-Delivery é mesmo mais simples. Basta acionar a chave, posicionar o câmbio em "D" e liberar o freio de estacionamento para acelerar o veículo que arranca silenciosamente.

Não há relação simulada de troca de marchas e o e-Delivery acelera liberando a potência de forma progressiva sem o mesmo ímpeto visto nos carros elétricos especialmente porque o veículo testado pelo R7 não estava carregado. Aliás ele pode ser vendidos com baú, baú refrigerado e na configuração "bebidas" com portas de acesso lateral. No painel há controle dos três níveis de regeneração das baterias que modula bastante a frenagem automática e pode poupar o uso dos freios reduzindo o custo do reparo em até dez vezes segundo a VWCO. No e-Delivery há sistema de bloqueio de diferencial, auxílio de ladeiras e levantamento do terceiro eixo.

Os caminhões elétricos são equipados com sistema de gerenciamento Rio, que monitora todo o trajeto, faz o cálculo das emissões poupadas, as paradas e até mesmo infrações ou acelerações e frenagens bruscas que o motorista possa ter cometido ao longo do seu expediente silencioso de trabalho. Ao fim do percurso fechado a sensação que fica é de alívio por conduzir um veículo de grande porte sem a vibração esperada o que também alivia e muito a poluição sonora mostrando a viabilidade do caminhão em percursos urbanos.

Apesar disso ele é bem caro: A versão de entrada do e-Delivery sempre com motor de 300kw, 11 toneladas de peso bruto total (PBT) e 3 packs de bateria custa R$ 750 mil chegando a R$ 980 mil para o modelo com 6 packs de bateria com 14 toneladas de PBT. Há modalidades de compra financiada onde a VWCO garante que o custo do veículo é pago em até cinco anos. Além do financiamento via BNDES com taxas especiais há um consórcio de 80 meses para empresas interessadas em iniciar a transição elétrica com a novidade.














