A Fiat comemora hoje 35 anos do lançamento do primeiro derivado do Uno, projeto inovador dos anos 1980 que ficou quase 30 anos em produção. Em 1985 a marca de Betim lançava no mercado brasileiro o sedã compacto Premio. As linhas retas, o porte avantajado e a proposta moderna fizeram sucesso diante da concorrência, leia-se Chevrolet Chevette, Ford Corcel e Del Rey (nas versões básicas) e Volkswagen Voyage. Apesar disso o Fiat Premio nunca foi um campeão de vendas na categoria.
Uma das inovações para aquela época era o computador de bordo embora o Premio não tivesse sequer ar condicionado ou direção hidráulica como opcionais. No painel o computador marcava consumo médio e instantâneo, hora, cronometro, distância percorrida entre outros itens com auxílio de um display digital numérico no lado direito do painel.
O Premio trazia um inédito motor 1.5 Sevel, que desenvolvia 71,4 cv de potência e torque de 12,3 kgfm (etanol), alcançando o mesmo desempenho do Uno Sx, mesmo sendo o sedã 13 kg mais pesado. Meses depois entrava no portfolio a versão S, mais simples, com motor 1.3 de 58,7 cv e câmbio de quatro ou cinco marchas.
E os concorrentes?
Com ares de novidade o Fiat Premio emplacou mas não liderou. Era moderno diante do Chevette, projeto da década anterior, e avantajado diante do Voyage. Na Ford enfrentava o Ford Corcel já em final de linha e as versões mais baratas do Del Rey. Se por um lado o Fiat era o mais espaçoso com seu porta-malas de 530 litros seu desempenho era mediano diante do Volkswagen.
A chegada do Fiat Premio acelerou mudanças visuais no Chevette e no Voyage. Em 1987 enquanto os dois concorrentes ganhavam novidades a Fiat introduzia o Premio CSL. A novidade tinha itens como vidros, travas e retrovisores elétricos, interior com revestimento em veludo e direção hidráulica além do visual com spoilers e cores metálicas escuras que davam ao carro um visual mais sofisticado. Assim a Fiat beliscava um segmento superior que iria se consolidar com o Tempra, nos anos 1990.
Nesta época o motor 1.5 passou a desenvolver 82cv colocando-o à frente dos concorrentes com motor 1.6. O Fiat Premio ganhou outros mercados e chegou a ser o sedã mais vendido na Argentina, onde recebia o nome de Duna e brigava com o também brasileiro Volkswagen Gacel (Voyage), competição que era repetida em todos os países da América do Sul.
Na Itália o Fiat também chegou a ser vendido. O Premio só saiu de linha em 1995 com a mudança na marca que permitiu a chegada do Palio e logo depois do Siena, que ocupou seu lugar.