Mégane Scènic completa 25 anos: R7 dirigiu a primeira versão de 1998
Modelo foi o primeiro monovolume produzido em série no país e fez sucesso até 2010
Autos Carros|Marcos Camargo Jr. e Marcos Camargo Jr.
Prestes a lançar um novo SUV compacto no mercado nacional, como fruto de uma nova geração de produtos, a Renault celebra os 25 anos da Mégane Scènic. O primeiro monovolume produzido em série do país teve a primeira unidade montada em abril de 1998. O R7-Autos Carros teve a oportunidade de dirigir esse protótipo que também marcou o início de um segmento de sucesso no país: o das minivans ou monovolumes.
GUARDADO POR 25 ANOS: Renault revela primeira Megane SCENIC de 1998. Veja o vídeo!
A Scènic teve a primeira unidade finalizada em abril de 1998 ainda no Senai de Curitiba. O lançamento do novo produto ficaria só para março de 1999 quando ela finalmente chegaria ao mercado e com sucesso: 33 mil unidades seriam produzidas só no primeiro ano.
“Foram seis meses de treinamento na França onde estive com uma grande equipe que iria implantar a linha da Scènic no Brasil. Era um carro de sucesso na Europa e não tínhamos dúvida que seria um sucesso aqui”, diz Vagner Mansan, diretor das fábricas Renault no país que agora coordena o início da produção do novo SUV compacto brasileiro. O executivo tem ampla experiência em novos projetos do grupo Renault e esteve presente em momentos importantes como o lançamento da linha Logan e depois Sandero, a partir de 2007 e, também, passou seis anos na Argentina.
Embora o estilo da Scènic tivesse origem na linguagem de design dos carros da época na marca Renault suas soluções eram únicas. O monovolume de apenas 4,13m de comprimento tinha amplo espaço interno e área envidraçada, posição ergonômica para condução e algumas soluções inovadoras.
É o caso dos bancos individuais traseiros que podem ser rebatidos e até removidos do veículo ampliando o porta-malas de 410 litros para mais de 1.700 litros de capacidade. “Algumas soluções foram desenvolvidas aqui no Brasil como a mesinha que não está presente neste protótipo e foi incorporada depois ao modelo de produção”, diz Mansan.
No lançamento, a Scenic tinha motor 2.0 8V que desenvolvia 115 cv, a 5.400 rpm, e 17,5 kgfm de torque, combinada com câmbio manual de cinco marchas. Logo após seu lançamento, chegou a versão RT com o 1.6 16V (110 cv e 15,1 kgfm). Em 2001 ela foi reestilizada e nesta geração ganhou motorização flex, opção de transmissão automática, além do motor 2.0 16V de 140 cv.
No lançamento alguns detalhes ganharam relevância como a estreia do carro com sistema de direção elétrica, os para-lamas de plástico injetado e a pintura na linha de produção era com tinta a base d’água. “O Scenic não apenas criou um segmento inédito no mercado, como inovou em seus processos de produção”, completa Mansan.
Ao volante a experiência de uma minivan
A experiência de guiar um veículo de 25 anos preservado com apenas 2.109km no hodômetro é ímpar. A Renault guardou a unidade pré série em seu acervo com muito cuidado. Para oferecê-la em uma rápida experiência de condução bastou uma região mecânica completa bem como dos fluidos para garantir o funcionamento perfeito.
O motor desenvolve um pouco “quadrado” fruto da pouca rodagem do motor. O câmbio tem engates longos como os modelos da Renault sempre tiveram e ainda um desenvolvimento um pouco áspero na rotação do propulsor. Ainda assim, a sensação de dirigir uma máquina do tempo se traduz no cheiro do acabamento interno típico dos carros da época e a posição com ampla visibilidade. Poucos carros foram tão inteligentes quanto a Scenic, talvez o Xsara Picasso da Citroën que chegou um pouco depois.
Contexto da época
Até aquele momento, veículos familiares estavam restritos às peruas como a Fiat Palio Weekend, Volkswagen Santana e na linha da Chevrolet a Corsa Wagon. Entre modelos médios estavam Fiat Marea Weekend, Ford Mondeo e Volkswagen Passat Variant. Depois da Scenic, viriam Chevrolet Zafira e depois a Meriva além da Fiat Idea bem como o Xsara Picasso da Citroën. A Scenic explorava a linha custo benefício com os motores 1.6 e desempenho com o 2.0 8V e depois o 2.0 16V. Foi comercializada até 2010 quando o mercado já havia mudado bastante. Isso mostra o quanto o monovolume foi importante para mudar a imagem da marca no Brasil.
Próximos passos
O nome Megane teve sucessor nos anos 2000 com uma versão sedan e a perua Grand Tour. Hoje segue vivo (ou seguirá pois não foi lançado) por meio do Megane E-tech 100% elétrico. Quem sabe ele será tão importante para reposicionar a marca numa estratégia de mudar seus produtos por completo como parte de um plano de investimento de R$ 2 bilhões no país até o fim de 2025.
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