Novo Mustang Mach-E quer reinventar o segmento, como há 55 anos
Em Los Angeles novidade é apresentada com proposta de carro esportivo mas que ainda parece distante da realidade da maioria dos consumidores
Autos Carros|Marcos Camargo Jr
Após 55 anos de história, o Ford Mustang se rende às exigências do mercado para se tornar um utilitário esportivo e eletrificado. Nem mesmo o mais atento executivo (ou profeta) imaginaria que isso poderia acontecer lá no então distante século XXI. Fato é que o Mustang, icônico modelo esportivo da marca oval, vai ficar familiar, terá tração elétrica e manterá estilo inspirado no automóvel. Só faltou mesmo ser acessível como o modelo que o originou quando foi apresentado em abril de 1964.
Com visual fastback, o Mach-E apresentado na última noite em Los Angeles chamou a atenção da imprensa mundial. Apesar disso, não será lançado amanhã mas já está em pré-venda e o preço começa em US$ 43,8 mil, cerca de R$ 184 mil em conversão direta e as entregas começam no próximo ano e na Europa em 2021. No Brasil, se houver chance de estrear por aqui, chega depois disso.
Em 1964 o Mustang estreava uma plataforma já usada há alguns anos pelo Falcon e motores de seis cilindros em linha e também o V8 com bloco pequeno. Era inovador e barato. Hoje o Mach-E com versão de 255cv batizada de Select chegará por US$ 43.895 (cerca de R$ 184 mil), a California GT terá 282cv, a versão Premium poderá ter 255cv, 282cv ou 333cv com tração integral. A versão mais cara será a GT por US$ 60 mil ou R$ 254 mil. É caro até para os padrões norteamericanos. Mas deve fazer sucesso.
A autonomia das baterias chega a 480km com uma recarga enquanto a versão com tração integral renderá 430km.
O visual interno conforme as imagens divulgadas está mais para Tesla do que para um Ford. Nada remete ao Mustang com linhas limpas e destaque para uma grande tela vertical de 15,5 polegadas. Ali estão praticamente todos os controles (de tração, suspensão, entretenimento e climatização) além de aplicativos como GPS nativo, Waze, Apple CarPlay, Android Auto, Alexa entre outros.
Na coletiva de imprensa, a Ford fala em uma "nova revolução como foi o Ford T", e isso não é uma heresia. Pelo contrário. A eletrificação é uma realidade para uma marca que por um lado aposta em SUVs e pickups (mantendo carros pequenos em países onde há demanda como o Brasil) e por outro começa a ligar seus carros na tomada.
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