Os planos da Neta, nova marca de elétricos que anunciou até fábrica no Brasil
Recém-chega vai se juntar à BYD e GWM além de outras três marcas que já iniciaram suas operações no nosso mercado
Os últimos três anos tem sido bem agitados para o segmento de veículos eletrificados. Depois da BYD e da GWM que tem obtido resultados que incomodam grandes marcas bem estabelecidas no Brasil vemos uma “segunda onda” de produtos híbridos e elétricos. Marcas como a Zeekr, OMODA | Jaecoo e agora a Neta anunciam planos audaciosos no país. Ao lançar a marca Neta por aqui, o grupo Hozon proprietário da marca já anunciou os planos e construir uma fábrica até 2026 para produzir carros em solo brasileiro. O R7-Autos Carros conversou com executivos da Neta durante o evento de lançamento em São Paulo. Veja os principais pontos:
Fábrica no Brasil
A grande surpresa do anúncio da marca foi a confirmação do plano de construir uma unidade de produção no Brasil até 2026, “se possível antes disso”, dizem os executivos. A ideia inicial é usar alguma unidade já existente e adotar o processo CKD para facilitar o processo uma vez que toda a produção da Neta é automatizada seguindo o padrão da China.
Além do Brasil, a Neta também quer fazer uma fábrica no México nos mesmos moldes. Enquanto isso, os planos estão concentrados em lançar produtos e estabelecer a rede de concessionários.
“A Hozon é uma empresa de veículos de ‘nova energia’ no segmento automotivo com 9.000 funcionários e 3.000 pessoas dedicadas ao desenvolvimento e pesquisa” disse Wilson Sun, vice presidente de negócios globais da NETA.
Produtos à vista
Durante o lançamento da marca foi mostrado o Neta GT, um esportivo elétrico de perfil cupê que tem 465cv em dois propulsores e autonomia de até 580km por recarga. Também estão nos planos um SUV híbrido e ainda um outro veículo que pode ser um sedã e depois um carro menor de maior volume.
Carros eletrificados fazem parte da estratégia da Neta desde o inicio. A marca Nata nasceu de uma empresa de tecnologia (Hozon) em 2014 e dois anos depois já lançava seu primeiro automóvel.
Na China já existem mais de 130 concessionárias da marca com planos audaciosos de chegar a 500 concessionárias nos países onde atua até o próximo ano. A Neta abriu um escritório em Hong Kong para coordenar a internacionalização para as regiões de Ásia e Pacífico, União Europeia e Oriente Médio. Segundo Sun, o Brasil e o México são vitais nesse processo de expansão da marca.
Estrutura e pós venda
Além dos concessionários os executivos parecem focados na estrutura do pós venda. “A maioria dos produtos que temos hoje são globais, desenvolvidos em suas matrizes e feitos para vários países tem o custo dividido entre os países. Porém estes carros são cada vez mais eletrificados e não devemos ficar para trás pois as marcas tem metas elevadas de eletrificação”, diz Henrique Sampaio, diretor de Marketing e produto da NETA.
Sampaio é um dos executivos que esteve à frente de produtos e comunicação da Caoa Chery por cinco anos. Agora na Neta, conhece a estratégia de implementação de uma rede de concessionários para atender os clientes em uma nova fase.
Exemplo na Tailândia
Embora por aqui todo o plano da Neta esteja concentrado em anúncios, até o momento, um exemplo claro da agilidade do grupo está no mercado da Tailândia.
Em 2021 a Neta anunciou a expansão dos seus negócios para a Tailândia, em 2022 iniciou a venda de produtos e a fábrica. Já no ano passado a unidade foi inaugurada e já produziu 13.000 veículos só para o mercado local.
Brasil tem vantagens competitivas
“O preço da eletricidade é viável no Brasil, o que contribui para as vendas de carros eletrificados. O governo e a própria população dão uma preferência para energias renováveis, ou seja, em sintonia com as diretrizes da marca. E além disso apostamos no pós-vendas. Assim que começarmos a emplacar, vamos inaugurar galpão de peças e centro de treinamento”, disse Wilson Sun sintetizando a forma de atuação da Neta no segmento automotivo.
Os próximos passos são a apresentação dos três primeiros modelos ainda neste semestre, o que deve ocorrer até o final de junho disseram em uníssono os executivos. Depois, serão anunciados os primeiros concessionários e a venda de carros já será iniciada até o final deste ano.
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