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Saiba o que muda com nova regra de poluição para carros do Brasil

Carros novos devem se adequar e receber novos itens para reduzir mais as emissões de gases poluentes

Autos Carros|Marcos Camargo JrOpens in new window

Para reduzir as chamadas emissões de gases poluentes na atmosfera o governo brasileiro publicou nos anos 1980 uma resolução para tornar os carros mais eficientes a longo prazo. Essa resolução afetou e muito o desenvolvimento dos carros que o consumidor iria comprar no futuro. Hoje o Proconve (Programa de Controle da Poluição do Ar por Veículos Automotores) estabelece limites cada vez mais rígidos para os limites de emissões dos veículos. Mas quais são esses novos limites e o que muda nos veículos novos?

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Hoje o Brasil conta com uma das mais exigentes legislações adequadas ao perfil dos Estados Unidos e também da União Europeia. E nesta fase que entrou em vigor na virada do ano os veículos precisam oferecer itens aprimorados de controle de emissões. Se por um lado o consumidor pode não perceber todos os veículos produzidos no país já receberam todas essas mudanças ou não poderão mais ser vendidos.

Caminhões e veículos velhos são os vilões da poluição do ar, segundo levantamento do Ibope
Caminhões e veículos velhos são os vilões da poluição do ar, segundo levantamento do Ibope

Segundo o engenheiro Gerson Borini a nova fase traz “mais rigor nos testes e incentivando o uso de tecnologias menos poluentes. Com o controle mais eficiente das emissões de combustíveis e o monitoramento em condições reais, o Brasil se aproxima dos padrões dos EUA, embora com um intervalo temporal. Essas medidas contribuem para a melhoria da qualidade do ar, especialmente em áreas urbanas, e representam um marco na transição para uma mobilidade mais sustentável”.

Carros passam ao longo de uma estrada em meio a uma nuvem de poluição em Nova Délhi
Carros passam ao longo de uma estrada em meio a uma nuvem de poluição em Nova Délhi

Borini explica quais são as mudanças que já constam nos carros fabricados nacionalmente:


* Sistema de Recuperação de Vapores: Todos os veículos deverão limitar emissões de vapores de combustível a 50 mg/L. Esse requisito já é cumprido gradualmente desde 2023 e se tornará obrigatório para todos os modelos.

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* Redução de Ruídos: Haverá uma diminuição média de 2 dBA nos limites de ruídos de passagem em relação aos valores de 2022. Detalhes adicionais serão abordados futuramente.

* Média Corporativa de Emissões: O cálculo de emissões deixará de ser por modelo e passará a considerar a média de todos os veículos comercializados por cada fabricante. Esse método incentiva a produção de veículos eletrificados para compensar modelos mais poluentes, seguindo a abordagem adotada nos EUA.


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* Flexibilidade para Fabricantes: Veículos que atendem aos padrões do Proconve L-7 poderão ser produzidos em 2025, desde que a média corporativa geral atenda aos limites do L-8. Essa flexibilização permite melhor gestão dos investimentos em tecnologias.

* Redução Progressiva dos Limites: Novas metas de emissões serão implementadas a cada dois anos (2025, 2027, 2029 e 2031), até que todos os veículos leves de passageiros e comerciais tenham o mesmo limite de emissão, calculado pela média corporativa ponderada.

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Frota de carros em SP tem cerca de 6,2 milhões de veículos sendo a maior do Brasil JF DIORIO/AE

* Créditos de Emissão: Empresas que excederem os limites poderão adquirir créditos de emissão de outras que tenham desempenho ambiental superior, promovendo a cooperação entre fabricantes.

Fábrica de São Caetano do Sul, uma das unidades da GM no Brasil
Fábrica de São Caetano do Sul, uma das unidades da GM no Brasil Chevrolet/Reprodução

Outra fonte ligada à indústria afirma à reportagem que apesar do rigor estabelecido pelo Proconve há uma certeza de que os preços dos carros ficarão mais caros. “Componentes importados e uma exigência com soluções que não temos disponíveis aqui irão resultar em custos mais altos de produção”, revelou.

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Borini lembra que “os avanços tecnológicos nos veículos nacionais nos últimos 40 anos, como a substituição do carburador por sistemas de injeção eletrônica e a introdução de sistemas de captura de gases evaporativos, são frutos das regulamentações do Proconve. Esses progressos só foram possíveis devido ao trabalho conjunto entre órgãos governamentais e a indústria automobilística, além do planejamento antecipado para o desenvolvimento das soluções” explica.

Vale lembrar que apesar das regras rígidas para as emissões essas leis são válidas apenas para veículos novos. Os carros usados - e no Brasil a frota tem uma média de 10 anos de idade - não são obrigados a contar com essas tecnologias. A frota circulante no país é de 58 milhões de veículos sendo 6,2 milhões só na cidade de São Paulo segundo o Denatran (Departamento Nacional de Trânsito).

Os textos aqui publicados não refletem necessariamente a opinião do Grupo Record.

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