Saiba o que muda com nova regra de poluição para carros do Brasil
Carros novos devem se adequar e receber novos itens para reduzir mais as emissões de gases poluentes
Para reduzir as chamadas emissões de gases poluentes na atmosfera o governo brasileiro publicou nos anos 1980 uma resolução para tornar os carros mais eficientes a longo prazo. Essa resolução afetou e muito o desenvolvimento dos carros que o consumidor iria comprar no futuro. Hoje o Proconve (Programa de Controle da Poluição do Ar por Veículos Automotores) estabelece limites cada vez mais rígidos para os limites de emissões dos veículos. Mas quais são esses novos limites e o que muda nos veículos novos?
Hoje o Brasil conta com uma das mais exigentes legislações adequadas ao perfil dos Estados Unidos e também da União Europeia. E nesta fase que entrou em vigor na virada do ano os veículos precisam oferecer itens aprimorados de controle de emissões. Se por um lado o consumidor pode não perceber todos os veículos produzidos no país já receberam todas essas mudanças ou não poderão mais ser vendidos.
Segundo o engenheiro Gerson Borini a nova fase traz “mais rigor nos testes e incentivando o uso de tecnologias menos poluentes. Com o controle mais eficiente das emissões de combustíveis e o monitoramento em condições reais, o Brasil se aproxima dos padrões dos EUA, embora com um intervalo temporal. Essas medidas contribuem para a melhoria da qualidade do ar, especialmente em áreas urbanas, e representam um marco na transição para uma mobilidade mais sustentável”.
Borini explica quais são as mudanças que já constam nos carros fabricados nacionalmente:
* Sistema de Recuperação de Vapores: Todos os veículos deverão limitar emissões de vapores de combustível a 50 mg/L. Esse requisito já é cumprido gradualmente desde 2023 e se tornará obrigatório para todos os modelos.
* Redução de Ruídos: Haverá uma diminuição média de 2 dBA nos limites de ruídos de passagem em relação aos valores de 2022. Detalhes adicionais serão abordados futuramente.
* Média Corporativa de Emissões: O cálculo de emissões deixará de ser por modelo e passará a considerar a média de todos os veículos comercializados por cada fabricante. Esse método incentiva a produção de veículos eletrificados para compensar modelos mais poluentes, seguindo a abordagem adotada nos EUA.
* Flexibilidade para Fabricantes: Veículos que atendem aos padrões do Proconve L-7 poderão ser produzidos em 2025, desde que a média corporativa geral atenda aos limites do L-8. Essa flexibilização permite melhor gestão dos investimentos em tecnologias.
* Redução Progressiva dos Limites: Novas metas de emissões serão implementadas a cada dois anos (2025, 2027, 2029 e 2031), até que todos os veículos leves de passageiros e comerciais tenham o mesmo limite de emissão, calculado pela média corporativa ponderada.
* Créditos de Emissão: Empresas que excederem os limites poderão adquirir créditos de emissão de outras que tenham desempenho ambiental superior, promovendo a cooperação entre fabricantes.
Outra fonte ligada à indústria afirma à reportagem que apesar do rigor estabelecido pelo Proconve há uma certeza de que os preços dos carros ficarão mais caros. “Componentes importados e uma exigência com soluções que não temos disponíveis aqui irão resultar em custos mais altos de produção”, revelou.
Borini lembra que “os avanços tecnológicos nos veículos nacionais nos últimos 40 anos, como a substituição do carburador por sistemas de injeção eletrônica e a introdução de sistemas de captura de gases evaporativos, são frutos das regulamentações do Proconve. Esses progressos só foram possíveis devido ao trabalho conjunto entre órgãos governamentais e a indústria automobilística, além do planejamento antecipado para o desenvolvimento das soluções” explica.
Vale lembrar que apesar das regras rígidas para as emissões essas leis são válidas apenas para veículos novos. Os carros usados - e no Brasil a frota tem uma média de 10 anos de idade - não são obrigados a contar com essas tecnologias. A frota circulante no país é de 58 milhões de veículos sendo 6,2 milhões só na cidade de São Paulo segundo o Denatran (Departamento Nacional de Trânsito).
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