Testamos os 4 carros eletrificados da Toyota: qual a diferença entre eles?
Modelos exibem quatro soluções diferentes entre modelos híbridos e elétricos: veja qual a nossa aposta sobre o futuro lançamento da marca
Autos Carros|Marcos Camargo Jr. e Marcos Camargo Jr.
Rumo à eletrificação de toda a mobilidade há vários caminhos e soluções diferentes no mercado. Se por um lado as vendas cresceram na ordem de 57% no primeiro semestre em relação ao mesmo período de 2021 já existem mais de 100.000 veículos eletrificados circulando pelo país.
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Mas quais as soluções viáveis nesse novo universo? “A sociedade busca a mobilidade com redução de emissões, isso é algo certo e nós estamos preparados para responder a essa demanda aqui no Brasil”, explica Masahiro Inoue, presidente da Toyota para a América Latina. O próprio executivo conversou com o grupo de jornalistas presentes no encontro “Rotas Tecnológicas”, que promoveu um curto seminário e teste de carros eletrificados do grupo.
O portfólio escolhido para o evento está oferecido em parte nas concessionárias: o Toyota Corolla Cross Hybrid é um Crossover médio que já conhecemos desde 2021 sendo o único híbrido flex do mercado. E a marca pode preparar surpresas para o futuro por aqui. O R7-Autos Carros testou os quatro modelos em uma pista de testes localizada dentro da fábrica de Sorocaba. Veja as impressões:
Híbrido flex é porta de entrada
Iniciamos o teste no conhecido Corolla Cross como “porta de entrada para o mundo eletrificado”. Usa uma combinação de dois motores: 1.8 flex de 101 cv com dois motores elétricos que resultam em potência máxima de 122 cv com consumo entre 17km na estrada e 18km/l na cidade. Sem precisar de abastecimento externo, o híbrido produzido no país combina o motor a combustão com os motores elétricos para maior eficiência. Neste segmento de Crossovers médios só o Jeep Compass 4Xe oferece opção eletrificada do tipo plug in (com tomada externa).
Prius com tomada de abastecimento
Depois passamos ao Toyota Prius 2022. Uma das versões disponíveis do primeiro híbrido do mundo nos Estados Unidos foi testada pelo R7 com algumas melhorias. A versão Plug in tem motor 1.8 a gasolina de 95cv combinado com motor elétrico com possibilidade de carregamento externo que soma 121cv. Ao volante, o silêncio a bordo e uma nova tela vertical ao centro do painel é o ponto de destaque mostrando a gestão de energia do carro.
No modo elétrico o Prius roda entre 40 e 50km sem precisar acionar o modo a combustão. Em baixa velocidade ou pequenos deslocamentos ele dispensa a gasolina mas não terá compromisso com desempenho.
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Esse carro pode até ser oferecido no país no futuro embora a Toyota não comente. Também é possível que sua tecnologia Plug-in esteja disponível no Corolla ou Corolla Cross produzidos localmente.
Lexus UX 300e elétrico é 100% viável
A divisão de luxo da Toyota oferece opções híbridas desde 2005. Mas o UX 300e é o primeiro 100% elétrico da marca e não precisa de nenhuma infraestrutura especial além do ponto de carga (e há muitos disponíveis nas cidades, condomínios, shoppings e pontos públicos no ambiente urbano).
Com motor elétrico de 150 kW, algo como 204 cv e 30,6 kgfm e baterias de 54kwh, ele anda bem de forma silenciosa mas promete autonomia máxima de 320km. É adequado em potência mas não seria o ideal considerando outros produtos de marca premium no mercado. Tem recursos interessantes como o som de aceleração e modos esportivos de condução. Poderia ser lançado de imediato por aqui oferecendo a primeira opção 100% elétrica da Toyota.
Mirai é tecnológico mas praticamente inviável
No evento a Toyota permitiu um teste rápido e em baixa velocidade do Mirai. O carro movido a célula de hidrogênio é um primor da engenharia. Tem motor elétrico alimentado por célula de hidrogênio com 182cv que tem três tanques de armazenamento do gás. Tem autonomia de até 700km e seu reabastecimento é feito entre 5 e 7 minutos. Outra vantagem é que o consumo do hidrogênio na geração de energia gera oxigênio para a atmosfera.
O desempenho é interessante bem como sua aceleração e controle. Apesar da complexidade tecnológica o Mirai traz design arrojado e é fácil de conduzir. A questão é abastecê-lo.
No Brasil não é fácil encontrar pontos com hidrogênio para abastecimento desse tipo de veículo (no Brasil a White Martins provê a solução disponível de forma pontual). Até mesmo nos Estados Unidos se questiona muito a aplicação dos modelos a hidrogênio. Estados como a California que prometeram elevar os pontos de carga de hidrogênio viram os 16 pontos disponíveis em 2008 para apenas 43 atualmente. É uma tecnologia muito interessante mas sua aplicação prática está longe da realidade.
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Com quatro soluções a Toyota pode aplicar diferentes níveis de eletrificação nos seus próximos modelos. O R7-Autos Carros aposta em híbridos plug in evoluídos em relação aos híbridos flex do portfólio atual e até mesmo o Prius plug-in ou o Lexus eletrificado para um segmento onde a marca ainda não tem nenhum modelo elétrico premium.
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