Vendas de veículos devem ficar abaixo do previsto em 2025, aponta Anfavea

A indústria automotiva brasileira deve encerrar o ano com desempenho abaixo das projeções iniciais de vendas, segundo dados mais recentes divulgados pela Anfavea. Apesar do avanço na produção, especialmente no segmento de veículos leves, o mercado interno não demonstrou a mesma força ao longo de 2025, pressionado por juros elevados, queda no poder de compra e menor ritmo de renovação de frota por parte de consumidores e empresas.Previsões para 2025 No início do ano a Anfavea previa que a produção de veículos alcançaria 2,7 milhões de unidades este ano, um avanço de 7,8%. Mas efetivamente o crescimento será bem menor.

Ao longo do ano o governo federal anunciou medidas como o programa Mover e ofereceu quase R$ 20 bilhões para montadoras que investirem na descarbonização da frota e em processos produtivos mais sustentáveis. Também ofereceu incentivos como o programa IPI Verde, que reduz alíquotas de IPI para veículos considerados mais sustentáveis.

No acumulado de janeiro a novembro, a produção de veículos leves alcançou 2,3 milhões de unidades, resultado 5% superior ao registrado no mesmo período do ano passado. Caminhões: queda de 9% Entre os veículos pesados, o cenário é desigual e reforça as dificuldades do setor. A produção de caminhões acumula queda de 9% no ano, com 118 mil unidades fabricadas. O recuo reflete a demanda reprimida — resultado direto do alto custo do crédito e da cautela de transportadoras — além do impacto de investimentos adiados em logística e transporte de cargas. O segmento chegou a ensaiar alguma recuperação ao longo do ano, mas não o suficiente para reverter o movimento negativo.

Ônibus em alta Na direção oposta, os chassis de ônibus registraram alta de 5,5% no período, totalizando 27,4 mil unidades produzidas. A demanda foi puxada sobretudo pela renovação de frotas municipais e regionais, além de contratos de transporte intermunicipal e interestadual. O desempenho do segmento, no entanto, não foi suficiente para compensar a perda em caminhões ou alterar de forma significativa o resultado consolidado da indústria.

Com esse conjunto de indicadores, a Anfavea avalia que o setor deverá encerrar o ano abaixo do volume de vendas estimado no início de 2025. A entidade atribui o descompasso entre produção e emplacamentos a fatores econômicos que limitaram o consumo, ao ritmo mais lento na aprovação de financiamentos e ao impacto das incertezas no mercado de trabalho e renda. Apesar disso, as montadoras mantêm planos de investimento e atualização de portfólio, enquanto aguardam condições mais favoráveis para o avanço das vendas em 2026.

✅Fique por dentro das principais notícias do dia no Brasil e no mundo. Siga o canal do R7, o portal de notícias da Record, no WhatsApp