Vendas sobem mas Anfavea prevê retração de 45% este ano
Mercado parece otimista na retomada mas crise de demanda, dólar alto e crise da economia podem prejudicar desempenho do setor automotivo
Autos Carros|Marcos Camargo Jr
Dados divulgados pela Anfavea nesta manhã mostram que em junho foram vendidos 132,8 mil unidades contra 62,2 mil em maio. O número que representa um aumento de 113,6%, no entanto, é um ânimo momentâneo para o setor automotivo duramente prejudicado pela interrupção das fábricas e uma crise de demanda causada pela pandemia do novo coronavírus.
Durante a coletiva de imprensa transmitida pela internet o presidente da associação, Luiz Carlos Moraes disse que "a crise chegou num momento em que as empresas projetavam um crescimento anual de quase 10% e um recuo dessa magnitude no ano terá impactos duradouros. Nossa expectativa é que apenas em 2025 o setor retorne aos níveis de 2019, ou seja, com atraso de seis anos”.
Outro dado preocupante é a comparação de junho de 2020 com o mesmo período do ano passado. Enquanto a Anfavea previa inicialmente uma expansão de 10% na produção e nas vendas, o mês passado registrou um tombo de 40,5% nos licenciamentos. No fechamento do semestre a redução chegou a 38,2% em relação ao primeiro semestre do ano passado.
Exportações e pesados em alta momentânea
Apesar dos dados negativos no segmento dos automóveis e comerciais leves o licenciamento de caminhões subiu 85,8% na comparação com maio e 16,5% em relação à junho de 2019. A alta demanda por transportes e gêneros de primeira necessidade levaram a um cenário positivo, avaliou a Anfavea.
As exportações de automóveis também cresceram muito neste período isolado: 401,4% em junho na comparação com o mês anterior. 19,4 mil veículos foram destinados ao mercado externo o que também representa uma queda de 52% em relação a junho de 2019.
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