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Os caça-fantasmas de Taubaté: a pauta mais diferente que já participei

Quatro especialistas no sobrenatural e uma assombração de Hollywood no meio do Vale do Paraíba

Bloco de Notas com Gabriel Graciano|Gabriel GracianoOpens in new window

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De repente, algo diferente acontece. Um cheiro poderoso de flores exala no ar… Inteligência artificial/ChatGPT

O jornalista de televisão geralmente começa a carreira como estagiário. É a porta de entrada para esse universo. Pra mim não foi diferente. Eu fazia faculdade em São José dos Campos e, no segundo ano, já comecei o estágio na RECORD do Vale do Paraíba. Um lugar fantástico, repleto de gente boa e de muito talento.


Foi lá que conheci Alexandre Furtado, faça tuas pesquisas! Ele é quase o filho que Silvio Santos não teve, talento de sobra e uma pessoa muito espirituosa.

“No lugar tinha um vira-lata de fazenda que acompanhou a gente do início ao fim. Corria para todos os lados, uma simpatia.”

Nessa época, o Alê e eu cursávamos a universidade. Eu estava na faculdade pela primeira vez, ele fazia a segunda graduação. Ele havia estudado Rádio e Televisão, curso destinado a pessoas que trabalham com vídeo, mas decidiu ser jornalista também. Era o início das nossas carreiras na RECORD.


Desde criança ele tem essa veia, vai longe nesse caminho. É um apresentador brilhante. Ao mesmo tempo que é jornalista, ele também é ousado e sempre gostou de incrementar o Balanço Geral com matérias de curiosidade.

Tanto que convenceu a chefia a gravar uma reportagem com caça-fantasmas profissionais, que moravam em Guaratinguetá, uma cidade do interior de São Paulo, bem próxima de Taubaté.


Quando eu fiquei sabendo, fiz de tudo para ir junto. Se tem assunto que me interessa é fantasma. Quem, da geração dos anos 2000, não gostaria de conhecer os Caça-Fantasmas? Aquelas armas coloridas, ectoplasma, raios laser, susto. Nossa! Experiência de primeira linha.

Você agora deve se perguntar: mas ele acredita nisso? Acreditar, nesse caso, é uma decisão. Estamos falando de uma aventura estilo Hollywood. Ao menos era o que eu pensava que seria.


Consegui a autorização da nossa chefe da época, de nome Bárbara Viana. Tenho um carinho enorme por ela. Sempre viu em mim um talento que nem eu percebia. Estou aqui, detentor deste espaço, com essa escrita e essas histórias, pelas portas abertas por ela. O mercado gira, ela foi para a parte acadêmica da profissão e Alexandre e eu seguimos firmes.

Guarde esse segredo para a vida: somos muito dos nossos sonhos e um monte dos que sonham com a gente.

“Quem, da geração dos anos 2000, não gostaria de conhecer os Caça-Fantasmas? Aquelas armas coloridas, ectoplasma, raios laser, susto. Nossa! Experiência de primeira linha.”

A viagem até Guaratinguetá tem chão. Saímos de São José depois do jornal e ficamos de encontrar o grupo em uma residência na cidade. Depois, eles nos levariam a uma fazenda abandonada onde viviam os temidos fantasmas.

Pela Rodovia Presidente Dutra, sentido Rio de Janeiro, a paisagem alterna entre colinas e cidades médias e pequenas. Chegamos à cidade pouco mais de uma hora depois de estrada.

Os meninos estavam arrumando as coisas, eram 4 pessoas. Adultos de vida dupla: trabalhavam normalmente, mas faziam conteúdo na internet com as histórias dos lugares “assombrados”.

Eles levavam uns equipamentos de identificação de fantasmas e tentavam comunicação. Você já deve ter percebido que eles não caçam nada, o que já me deixou um pouco preocupado.

Os meninos eram simples e muito legais. Rimos muito e seguimos viagem até a tal fazenda. Era um dia quente, a região de Guaratinguetá é fortalecida no verão, vamos dizer assim.

Fantasma Aluísio assombra apresentador da Record Litoral Inteligência Artificial/ ChatGPT

A tal fazenda era um local que já foi de luxo. Uma piscina gigantesca abandonada, um casarão destruído. Parece que a família morreu e os filhos a abandonaram.

A lenda era que os donos ainda viviam lá. Não tenho medo, sou bem tranquilo, mas também não é lá a situação mais confortável, convenhamos!

Os equipamentos eram um show à parte. Tudo comprado na China de 2018, mas eram profissionais: um detector de fantasmas, um medidor de temperatura a laser, um aparelho radiofônico que seria usado para a comunicação.

A fazenda, apesar de abandonada, era linda. Grama para todos os lados, uma mangueira gigantesca com frutas douradas de sol e muito maduras, árvores lindas. Um paraíso.

No lugar tinha um vira-lata de fazenda que acompanhou a gente do início ao fim. Corria para todos os lados, uma simpatia. As gravações começam, o Alexandre animadíssimo. Mostraram tudo e entraram na casa sem portas e tomada pelo mato. Os caça-fantasmas mediram temperatura e identificaram o que chamaram de espírito.

A essa altura, eu já estava descrente. Usaram todos os equipamentos e nada, um silêncio só que entediava.

Saí e fui avistar a paisagem e tomar um sol para me livrar dos insetos. Avistei um bambu enorme com uma lança na ponta ao lado da mangueira. Fiquei um bom tempo comendo mangas dela, docinhas e muito saborosas. Agradeci, né! Vai que tinha dono?

E, quando voltei, o negócio estava avançado. Eles estavam usando o último equipamento. É um aparelho que fica saltando frequências de rádio. Uma hora ou outra, no meio dos chiados, surgem vozes dos locutores, palavras balbuciadas.

O Alê estava imerso naquilo e se divertindo. Eu achando tudo carismático, mas pouco científico. De repente, um ruído:

— shiiiiiiiii shiiiiiiiii shiiiíiiiii blablabla Aluísiiooooo (faça a onomatopeia com a boca)

— Pessoal, o fantasma se comunicou!

Gritou um dos caça-fantasmas.

Eu fiquei atônito, achei o maior absurdo que alguém já disse. Eles batizaram o tal ser de Aluísio porque, no meio do chiado, foi-se entendido, por votação popular, que esse foi o nome dito pelo rádio. Em silêncio permaneci!

— Você quer que a gente vá embora?— Shiiiiiii shiiiiiii shiiii shiiiii sim shiiiiiiii

E por aí foi...

“Quem, da geração dos anos 2000, não gostaria de conhecer os Caça-Fantasmas? Aquelas armas coloridas, ectoplasma, raios laser, susto. Nossa! Experiência de primeira linha.”

Você pode imaginar! De repente, algo diferente acontece. Um cheiro poderoso de flores exala no ar. Confesso que nessa hora eu dei uma sacolejada. Mas tenho experiência de vida e 4 livros de Arthur Conan Doyle nas costas.

Saí procurando e encontrei. Era uma flor da espécie dama-da-noite. Estava bem aberta ao lado da casa. É espetacular.

Quieto permaneci. Acharam que o perfume era a colônia pós-banho do tal Aluísio Shiii.

Claro que tudo foi uma grande brincadeira. Recolhemos os materiais e voltamos para a realidade da vida dura.

Aluísio Shii permaneceu na Hollywood de Guaratinguetá e vivo nas nossas memórias.

Abraço e boa semana!

Está curioso para assistir a reportagem, né?

Claro que separei ela para você!

Parte 1

Parte 2

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