Bolsonaristas tentam evitar alianças do PL com o PT

O PL (Partido Liberal) está em crise. O novo foco de embate são as eleições municipais do ano que vem. Integrantes da legenda que abriga o ex-presidente Jair Bolsonaro, principalmente no Nordeste, têm conversado com o PT (Partido dos Trabalhadores), e isso tem provocado um racha no partido entre a ala mais pragmática e a ala bolsonarista.

Waldemar Costa Neto, presidente do PL, precisou ir às redes sociais para escrever nesta manhã em letras maiúsculas. "Que fique bem claro: não existe nenhuma hipótese de coligação com o PT. Somos oposição e assim seguiremos. O Partido Liberal valoriza a família, a liberdade de expressão, e sentimos orgulho do nosso país quando ouvimos o Hino Nacional. É por isso que o povo brasileiro fez do PL o maior partido do país."

O post tem a intenção de acalmar os bolsonaristas irritados com a aproximação de alguns diretórios municipais com o PT do presidente Lula. Já a avaliação de pessoas próximas a Jair Bolsonaro é que a ala mais pragmática do PL tem aproveitado o momento de fragilidade do ex-presidente para buscar mais protagonismo na legenda.

O aumento significativo das denúncias contra o ex-presidente e que impactam também a ex-primeira-dama — como a venda de joias, a atuação do hacker, atos antidemocráticos, a divulgação de fake news — tem dividido as várias correntes do partido.

Por outro lado, existe uma linha de pensamento e de ação composta de assessores e parlamentares da velha guarda do PL que anda estimulando um voo solo e um descolamento de Valdemar Costa Neto da imagem de Bolsonaro e Michelle.

Outro problema tem sido a comunicação no PL. Existe, no mínimo, uma desconexão entre os times que atendem as diversas autoridades e estrelas do partido (Bolsonaro, Valdemar e Michelle) e também uma disputa interna pelo controle do que é divulgado.