Combustíveis: "Congelar [preços], nem pensar"
Discussão dentro do governo para impedir uma alta ainda maior do preço dos combustíveis não leva em consideração a opção de congelamento
Blog do Nolasco|Do R7
Depois de um dia inteiro de reuniões nesta segunda-feira (7), os ministérios da Economia, Casa Civil e até o presidente Jair Bolsonaro devem se reunir mais uma vez nesta terça-feira (8) para tratar do tema combustíveis. O presidente já declarou que espera a apresentação de uma solução para hoje.
Fontes da ala política que acompanham o debate interno disseram ao blog que "congelar [preços], nem pensar". O Ministério da Economia afirma que o melhor caminho para atacar o problema é o projeto de lei que está no Senado e altera a forma de cálculo do ICMS sobre os combustíveis.
Na visão de uma fonte da área econômica, "os estados não podem tirar o corpo fora e se omitirem desse problema. Ainda mais com todo o aumento recente de arrecadação que tiveram e repasses que receberam do governo federal. O ICMS é hoje o maior sócio do aumento dos preços dos combustíveis. É preciso fazer uma mudança estrutural".
Interlocutores da área econômica explicaram também que a questão da política de preços da Petrobras foi levantada por integrantes do Congresso e entrou no debate eleitoral. Outro ponto que já está avançando é um trabalho do Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica) que está analisando eventuais aumentos abusivos.
O ministro Paulo Guedes vem se posicionando contra o subsídio do preço da gasolina com o lucro da Petrobras. Para interlocutores do ministro, o subsídio "é jogar a conta da gasolina para os contribuintes. Fundo é minar o fiscal e desorganizar as contas públicas".
As discussões dentro do governo sobre o preço dos combustíveis ganharam contornos ainda mais urgentes com a guerra entre Rússia e Ucrânia. O preço do barril do petróleo no mercado internacional passou da casa dos US$ 100 e devido à política de preços da Petrobras, atrelada à cotação do produto no mundo, pode provocar uma alta ainda maior da gasolina, que em muitas regiões do país está perto dos R$ 7,00.
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