Governo eleito quer ditador venezuelano na posse de Lula
Equipe de transição estuda como permitir vinda de Nicolás Maduro, ditador da Venezuela, à posse do presidente eleito. Atualmente, portaria impede entrada no Brasil de membros do Governo venezuelano
Blog do Nolasco|Do R7
A decisão já foi tomada. O governo eleito quer permitir a participação do ditador da Venezuela, Nicolás Maduro, na posse do presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva. O próprio presidente Lula determinou que a equipe resolva o impasse para permitir a entrada de Maduro no país. Uma portaria editada pelo governo Bolsonaro em 2019 impede a entrada do ditador e de cerca de 100 integrantes do regime venezuelano no Brasil.
Fontes do Ministério das Relações Exteriores disseram ao Blog que a única forma de permitir a entrada de Nicolás Maduro no Brasil é "revisando ou revogando" a portaria. Uma alternativa estudada é publicar a revogação da portaria, em uma edição extra do Diário Oficial da União, logo no início do dia 1º de janeiro, quando Luiz Inácio Lula da Silva toma posse como presidente do país.
A crise na Venezuela fez milhões de venezuelanos fugir para o Brasil e principalmente para a Colômbia. A falta de itens básicos como alimentos e medicamentos chegou a níveis extremos. Eu estive por duas vezes na fronteira da Venezuela e vi cenas terríveis, como professoras se prostuindo para não morrer de fome e famílias inteiras fugindo por caminhos clandestinos com o que conseguiam levar.
Neste ano, a situação econômica do país tem melhorado. Com a guerra entre Rússia e Ucrânia, a indústria do petróleo da Venezuela voltou a receber investimentos estrangeiros e, depois de mais de uma década de queda, a economia da Venezuela deve crescer cerca de 12% em 2022. O governo dos Estados Unidos, que sempre foi um forte opositor ao regime venezuelano, autoriou a multinacional Chevron a investir na extração de petróleo no país do ditador Maduro. Com a entrada de recursos, o governo da Venezuela tem conseguido a importação de produtos que diminuem as dificuldades enfrentadas pela população, e a economia do país vizinho tem se dolarizado para fugir da desvalorização da moeda local.
A grande questão é como o futuro governo do país, que fala em defesa da democracia, vai explicar a relação próxima com Nicolás Maduro, um DITADOR com todos os signifcados que a palavra representa.
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