Militares próximos a Bolsonaro se dizem surpresos após PF prender suspeitos de tramarem morte de Lula
“Eu me sentiria como um marido traído”, diz militar sobre suposta participação de general no plano
O clima é de surpresa entre militares próximos ao ex-presidente Jair Bolsonaro e ao general Mário Fernandes depois da operação da Polícia Federal que prendeu cinco suspeitos de planejar um golpe contra o resultado das eleições de 2022 e as execuções do presidente Lula, do vice-presidente Geraldo Alckmin e do ministro do STF Alexandre Moraes.
Em conversas reservadas, os militares questionam o momento em que as prisões ocorreram, quase dois anos depois do suposto plano de golpe e assassinato. “Por que a operação demorou tanto para ser realizada?”, questionou um dos militares consultados pelo blog.
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Um oficial da reserva, que ocupou cargos importantes no governo Bolsonaro, disse que o general Mário Fernandes mora em Brasília e não entende o motivo da prisão ter sido feita no Rio de Janeiro.
“Ele estava lá junto com a esposa para acompanhar a formatura do filho na Escola de Aperfeiçoamento de Oficiais. Não fizeram a prisão antes, por quê? O objetivo foi constranger”, concluiu o militar.
Mário Fernandes é o mais conhecido militar preso nesta terça-feira. Na carreira militar, ele foi comandante da Brigada Aeromóvel de Caçapava e do Batalhão de Operações Especiais. Segundo fontes ouvidas, o general é muito respeitado dentro do Exército e referência para um grande grupo de oficiais militares.
Um militar de alta patente que trabalhou diretamente com Mário Fernandes disse que se sentirá como “marido traído” caso as investigações confirmem que o general foi responsável por uma tentativa de assassinato do presidente Lula. “Confesso a você, ele trabalhava diretamente comigo, como eu não saberia de planos tão detalhados? Eu me sentiria como um marido traído”.
A avaliação é de que a operação divide o Exército. No entanto, todos os consultados pela coluna aguardam o detalhamento das investigações: “a Polícia Federal precisa provar que houve plano”.
Segundo a PF, o plano para matar o presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, o vice-presidente Geraldo Alckmin, e o ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Alexandre de Moraes, chegou a ser discutido na casa do general Braga Netto, ex-ministro e candidato a vice na chapa de Jair Bolsonaro nas eleições 2022, em 12 de novembro de 2022.
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