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Plano de intervenção militar no TSE foi debatido em detalhes

Segundo fontes, Bolsonaro considerou os danos ao Brasil e que não havia apoio militar e político suficiente

Blog do Nolasco|Thiago Nolasco e Thiago Nolasco

Bolsonaro, com o ex-comandante da Marinha, Almir Garnier Santos (à esq.), e o ex-ministro da Defesa, Paulo Sérgio, em 2022
Bolsonaro, com o ex-comandante da Marinha, Almir Garnier Santos (à esq.), e o ex-ministro da Defesa, Paulo Sérgio, em 2022

Após discussões sobre o artigo 142 da Constituição Federal, que trata do papel das Forças Armadas, uma suposta intervenção militar foi descartada por Jair Bolsonaro.

Segundo fontes, o então presidente considerou os danos ao Brasil e que não havia apoio militar e político suficiente.

As discussões sobre o uso das Forças Armadas com base no artigo 142 da Constituição foram muito mais amplas do que revela a delação do ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, o tenente-coronel Mauro Cid.

Entre novembro e dezembro do ano passado, o ex-presidente conversou sobre o tema com a cúpula militar, com ministros e com políticos, mas teria descartado um golpe por considerar que "os danos seriam maiores que os benefícios e não havia apoio suficiente", revela uma fonte que teve acesso às discussões.

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A interpretação equivocada do artigo 142 levou parte da cúpula do comando militar e do governo Bolsonaro a acreditar que seria possível uma intervenção no Judiciário, especialmente no Tribunal Superior Eleitoral.

Essas fontes afirmam que, pela visão dos interlocutores das conversas, o fato de ter havido discussões em torno do artigo constitucional e o uso dele para justificar um possível golpe não configura crime. Dessa forma, confirmam o conteúdo da delação de Mauro Cid.

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Os relatos ao Blog são de que, dos 16 integrantes do alto-comando do Exército que participaram das discussões, pelo menos cinco se posicionaram a favor da decretação da GLO — Garantia da Lei e da Ordem — por parte do ex-presidente. O ex-comandante da Marinha, almirante Almir Garnier Santos, também demonstrou apoio.

Outros quatro foram contra, entre eles o então comandante do exército, general Marco Antônio Freire Gomes, que teria consultado integrantes do comando do Exército e o atual comandante, general Tomás Miguel, que foi chefe do comando militar do Sudeste.

O restante se colocou numa posição neutra, o que na avaliação de fontes poderia sinalizar uma obediência a uma futura ordem por parte de Bolsonaro.

Segundo os relatos, as discussões teriam sido tensas e alguns dos militares participantes ainda estão na ativa. Apesar do clima, mesmo os militares contrários a uma intervenção não teriam ameaçado Bolsonaro de prisão.

Ainda segundo essas fontes, além do artigo 142 da Constituição, foram discutidos temas como a segurança das urnas eletrônicas e decisões judiciais contrárias a Bolsonaro no curso do processo eleitoral.

Os textos aqui publicados não refletem necessariamente a opinião do Grupo Record.

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