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Primeira viagem internacional de Lula foi como volta ao passado

Na Argentina, presidente Luiz Inácio Lula da Silva falou em retomar empréstimos do BNDES e fez acenos a ditadores

Blog do Nolasco|Do R7

Lula durante sua primeira viagem internacional, à Argentina
Lula durante sua primeira viagem internacional, à Argentina Lula durante sua primeira viagem internacional, à Argentina

O saldo da primeira viagem internacional do presidente Lula nos faz lembrar o passado recente. A primeira polêmica foi a criação de uma suposta moeda única. Um assunto requentado e que demora anos para ser implementado. Segundo especialistas, não traria benefício ao Brasil e, na verdade, não se trata do fim do real nem do peso, mas sim de uma moeda comum, e não única, que seria usada para substituir o dólar nas relações comerciais.

Bastou Lula e Alberto Fernández falarem sobre o assunto para o ditador Nicolás Maduro dizer ao seu público na Venezuela que o país dele apoia uma moeda única das nações sul-americanas, o que não é verdade. A Venezuela, quebrada graças aos governos de Chávez e Maduro e sofrendo com embargos impostos pelos americanos, adoraria ter uma alternativa ao dólar — ou seja, a moeda para transações, a ideia do nosso governo, serviria para fortalecer um regime que levou milhões de pessoas à miséria e também a deixarem a Venezuela. 

Em Caracas, Maduro — que não viajou para a Argentina com medo de protestos — disse:

“Concordamos com a proposta do presidente Luiz Inácio Lula da Silva para iniciar a construção de um sistema monetário latino-americano e caribenho. Um sistema que nos leve a uma moeda e ao compartilhamento dos sistemas financeiros e monetários da região latino-americana e caribenha”.

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Lula e Maduro acabaram não se encontrando na Argentina, mas o presidente só não esteve com o ditador para a foto constrangedora porque o presidente da Venezuela desmarcou a reunião e ficou em Caracas.

A viagem ao passado do nosso presidente continuou com a história de empréstimos do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) a países que pouco têm a nos oferecer, e ainda dão o calote. Esse filme nós sabemos que conta deixa. Cuba, Venezuela e alguns países africanos nos devem.

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Lula está disposto a repetir o erro. Muitos especialistas dizem que seria melhor investir no Brasil. O presidente deixou claro que pretende financiar, com o nosso dinheiro, a construção do gasoduto na Argentina. Infelizmente, o nosso vizinho e um dos principais parceiros comerciais do Brasil se encontra em situação econômica difícil. O amigo de Lula, Alberto Fernández, levou os argentinos a quase 100% de inflação no ano passado e à fama de caloteiros, a quem não se recomenda um empréstimo. Nessa relação, a boa novidade podem ser os empréstimos feitos por bancos brasileiros diretamente para empresas argentinas, que voltariam a comprar produtos industrializados do Brasil.

No encontro da Celac (Comunidade dos Estados Latino-Americanos e Caribenhos), o nosso presidente quase esteve sentado à mesa com Daniel Ortega. O ditador da Nicarágua foi outro que fugiu do encontro; o motivo, nada nobre: receio de ser preso.

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Para encerrar a viagem à Argentina, o presidente Lula esteve com o presidente de Cuba, Miguel Díaz-Canel. O encontro foi para normalizar as relações diplomáticas entre os dois países, esvaziadas durante o governo Bolsonaro.

Retomar a conversa com todos os países é um gesto importante. Lula disse a Díaz-Canel, segundo informações divulgadas pela assessoria do Palácio do Planalto, que o Brasil vai voltar a condenar o embargo americano ao país, mas não aproveitou o gesto para pedir ao presidente cubano respeito aos direitos humanos, que sempre são violados na ilha.

Em resumo, a política internacional de Lula 3 começou com a proximidade de ditadores e com promessas de dinheiro a velhos amigos.

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