Entenda a base da nova ‘doutrina Trump’
Antes mesmo de assumir, presidente norte-americano afirmou que pode anexar o Canadá e a Groenlândia

Antes mesmo das formalidades da posse, em uma entrevista que seria despretensiosa, Donald Trump já mostrou ao público como vai ser o segundo mandato.
Em pouco menos de uma hora, ele deixou claro que vai fazer valer um dos lemas da campanha: America’s First ou América em primeiro lugar. E o resto do mundo que lute para se encaixar.
Trump começou atacando aliados. De cara, provocou o Canadá. O presidente eleito disse que seria melhor anexar o país vizinho para que ele se tornasse o 51º estado americano. Que seria melhor para os canadenses, principalmente financeiramente, fazer parte dos EUA.
Não contente, postou nas redes sociais uma arte sobre isso. O Canadá, que vive uma crise política, reagiu na hora dizendo que isso não passa de um sonho. Trump, então, ameaçou aumentar as tarifas de importação e travar uma guerra comercial.
Este é o ponto principal da nova doutrina Trump: ameaça financeira. Ele escolhe o que acha que é melhor para os cofres dos EUA e faz valer o poder econômico do país mais rico do planeta. Ou o país aceita o que ele quer, ou o povo paga o preço por isso.
Em outra entrevista, Trump comentou uma proposta do Brasil para mudar a moeda de negociação dentro do grupo dos Brics. Sairia o dólar e entraria uma moeda nova. Trump foi enfático. Se fizerem isso, ele vai aumentar as tarifas de todos os membros do bloco em 100%. Em resumo: ninguém mais tocou no assunto.
Trump também ameaçou anexar a Groenlândia, que hoje fica sob controle da Dinamarca. Também ameaçou retaliar com sanções e não descartou o uso da força militar.
Aí entra o segundo ponto da doutrina dele: ameaça militar.
Trump acredita que o uso do maior e mais potente Exército do planeta é carta quente em qualquer mesa de negociação.
Outro exemplo: o Canal do Panamá. O presidente disse que quer recuperar o controle do acesso, alegando que os navios americanos pagam tarifas fora da realidade, o que não faz sentido. Lembrando que o Canal do Panamá é base da economia do país latino.
Sobre as guerras, Trump deixou claro que não quer saber de conflito no mundo com ele na Casa Branca. Ele diz que é “a paz pela força”.
Pressionou pelo acordo de paz entre Israel e o grupo terrorista Hamas e já está avançando para uma conversa franca com Putin para um cessar-fogo e o fim da Guerra da Ucrânia. Também pretende parar as loucuras do ditador Kim Jong Un, da Coreia do Norte, que resolveu testar mísseis nucleares.
Sobre a equipe, Trump fez questão de trazer quem ele gosta. No primeiro mandato, ele montou um time técnico. Agora, quer um governo que pense como ele.
Para economia, trouxe o bilionário Elon Musk, que vai cuidar de uma agência para controle de gastos. Em outras áreas, convidou até apresentadores de TV, empresários e políticos fiéis ao Trumpismo. Ele quer todos à sua imagem e semelhança.
O mundo novo começa agora.
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