Exclusivo: com ameaça real de guerra, Brasil atualiza plano de emergência e recomenda não viajar ao Líbano
O blog confirmou a informação com o Itamaraty. A embaixada acompanha com preocupação os desdobramentos da tensão
Com a crescente tensão entre Israel e Líbano e a ameaça de guerra entre os dois países já nas próximas semanas, a embaixada brasileira no Líbano confirmou que o país tem o chamado “plano de contingência” já atualizado.
Ou seja, trocando em miúdos, o Brasil tem plano de evacuação. O último número aponta que são mais de 20 mil brasileiros registrados na região.
Ao blog, o Itamaraty recomendou para que não se viaje mais ao Líbano. E fez algumas recomendações:
“Aos cidadãos brasileiros que não considerem imprescindível a permanência no Líbano, a Embaixada recomenda considerar a precaução de deixar o país até que este retorne à normalidade.”
“Para os cidadãos brasileiros que considerem imprescindível a permanência no Líbano, evitar residir na região sul do país ou viajar para essa região, especialmente para áreas fronteiriças.”
A guerra parece cada vez mais próxima.
O chefe da ajuda humanitária da ONU falou sobre o medo de um novo conflito no Oriente Médio: “Vejo isso como um ponto crítico... É potencialmente apocalíptico”.
O secretário da Defesa dos EUA, Lloyd Austin, disse: “Outra guerra entre Israel e o Hezbollah poderia facilmente tornar-se uma guerra regional, com consequências terríveis para o Oriente Médio.”
Para entender, a guerra não seria entre os dois países como acontece com Rússia e Ucrânia. E, sim, contra o grupo terrorista Hezbollah, que domina todo sul do Líbano há muitos anos.
Mas importante frisar: eles têm tentáculos enraizados em toda política libanesa. Não haveria saída. Eles seriam empurrados para o conflito.
Os dois lados trocam acusações e ameaças diretamente quase todos os dias. Hezbollah tem como principal objetivo a extinção do estado israelense.
O medo é tão grande que, por exemplo, o governo do Canadá pediu para os 45 mil cidadãos na região deixarem o Líbano.
Por outro lado, a Turquia não quis colocar panos quentes. Pelo contrário, fez acusações contra o governo de Israel.
O presidente do país, Recep Tayyip Erdogan, disse que os israelenses colocam “os olhos no Líbano” e procuram “espalhar a guerra na região”. Ainda apontou que as potências ocidentais aprovam esse projeto.
Não ficou barato. Foi prontamente respondido: “Fique quieto e tenha vergonha”, disse o ministro dos Negócios Estrangeiros, Israel Katz.
O político ainda disse: “Erdogan é um criminoso de guerra que massacra curdos inocentes através da fronteira síria e tenta negar a Israel o seu direito à autodefesa contra uma organização terrorista que ataca a partir do Líbano sob Ordens do Irã.”
Importante ressaltar que o Hezbollah é considerado um grupo paramilitar do Irã. Os persas ajudam os terroristas de todas as formas possíveis, inclusive com dinheiro e armamento.
Ou seja, o Irã podia entrar na guerra logo de cara, que seria uma tragédia para o mundo.
Em tempo, Israel e o Hezbollah já anunciaram publicamente que estão prontos para o conflito.
O chefe de política externa da União Europeia, Josep Borrell, resumiu toda tensão hoje: “Acho que, infelizmente, estamos às vésperas da expansão da guerra”.
Que vença a diplomacia.
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