Novas vítimas. Velhos golpes

Uma idosa andava pela rua em Itapecerica da Serra, na Grande São Paulo, quando foi abordada por um homem que dizia ser do Nordeste e precisar de ajuda.

Muito solidária, a idosa deu papo para o desconhecido. De repente, uma mulher aparece e invade a conversa. A entrona finge não conhecer o homem e convence a velhinha a ajudar o pobre coitado. Nessa situação incomum, eis que surge um bilhete premiado da loteria. O homem mostra o bilhete e diz que quer repartir o prêmio "milionário" com as duas, mas, para isso, precisa que saquem dinheiro da conta para provar que elas não estão com ele ali só por interesse.

A idosa vê naquela ação solidária uma oportunidade de ficar rica! Por que não?

Claro que ela é a primeira a ser levada ao banco para retirar todas as economias da conta bancária. Depois de sacar a grana, a idosa é levada de carro pelo casal a uma lanchonete. Eles param o veículo na porta e pedem que ela saia para comprar um lanche para eles. Nem preciso dizer que o casal sumiu com o dinheiro da idosa antes de o lanche chegar.

Sim, era um golpe.

Pergunte a si mesmo: qual é a chance de ganhar um bilhete premiado da loteria? Uma em 50 milhões.

Qual é a chance de encontrar um ganhador da loteria? Menor ainda.

Agora, qual é a chance de encontrar um ganhador da loteria na rua com o bilhete premiado na mão pedindo ajuda?? Zero.

A idosa nunca mais vai ver esse dinheiro, mas para deixar claro: não foi só essa velhinha que caiu, e ainda cai, nesse velho golpe...

A culpa nunca será da vítima, mas é bom ficar atento quando a oferta de dinheiro é fácil demais. Minha avó sempre disse: "Olho grande não entra na China". É uma expressão antiga que nem se usa mais, mas significa que não devemos querer mais do que precisamos ou a que temos direito...

Em tempos de pandemia, de crise econômica, de inflação em alta, de fake news... Acredite: tem mais golpe do que dinheiro na praça. Tomem cuidado!

Fica o alerta...