Muita calma nessa hora! A seleção brasileira ainda não existe
Derrota para o Japão por 3 a 2 é mais uma volta na montanha-russa emocional do Brasil
Espaço Prisma|Maurício Noriega*

O torcedor brasileiro vive numa montanha-russa emocional com a seleção. Goleou a Coreia do Sul e pintou o hexa! Perdeu para o Japão e ninguém presta!
Muita calma nessa hora! Fato é que ainda não temos uma seleção.
O mundo dos memes, reacts e a torcida virtual trafegam na velocidade da luz entre a euforia e a depressão, como diz meu amigo Paulo César Vasconcellos.
O Brasil não vence a Copa desde 2002. Antes da geração que hoje exerce o direito da torcida virtual. Essa carência é exposta em doses cavalares na forma como o mundo se comunica hoje, através de telas que tentam definir o universo em uma postagem.
Carlo Ancelotti chegou para tratar dessa carência afetiva. Um cara da primeira prateleira, enfim, treinando a seleção mais famosa. Algumas vitórias, uma goleada diante de um rival fraco e a explosão emocional bateu no teto.
Um jogo de testes e a derrota com o time bastante modificado ante um adversário um pouquinho melhor e o baixo astral se instala?
Menos, né?
Como não temos um time formado, é preciso sabedoria e frieza europeus para controlar essa comichão latina. O time que ganhou da Coreia do Sul tem potencial. Com Raphinha, Estevão, Rodrygo e Vini, o Brasil é forte, sim. A base do Real Madrid de Ancelotti parece o caminho mais racional. Militão, Casemiro, Vini e Rodrygo como espinha dorsal.
A fase de testes terminará em novembro. A convocação de março será a da Copa. O mundo é cruel. Tem jogador que pode ter dado adeus à Copa contra os japoneses. Outros talvez nem merecessem convocação.
O tempo urge.
Mas é preciso controlar a emoção. O Brasil não é favorito e também está longe de ser uma porcaria.
Quem deve ter visto a derrota para o Japão com alívio foi o Neymar, né?
*Maurício Noriega é jornalista e comentarista da RECORD
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