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O maior desafio da Era Abel

Para virar o resultado contra a LDU, treinador do Palmeiras precisa ter humildade para reconhecer que sua estratégia foi desastrosa na altitude

Espaço Prisma|Maurício Noriega*

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LEIA AQUI O RESUMO DA NOTÍCIA

  • Abel Ferreira enfrenta seu maior desafio como treinador do Palmeiras, precisando reverter um placar de 3 a 0 contra a LDU para alcançar a final da Libertadores.
  • O treinador deve reconhecer seus erros táticos no jogo de ida, que expuseram fragilidades defensivas da equipe.
  • O Palmeiras tem um time superior, mas precisa de uma postura mais competitiva e uma estratégia mais eficaz para evitar falhas defensivas.
  • Abel precisa adotar uma autocrítica e focar em soluções para os problemas da equipe, especialmente em momentos decisivos.

Produzido pela Ri7a - a Inteligência Artificial do R7

Abel Ferreira terá de quebrar a cabeça para montar o Palmeiras para golear a LDU Cesar Greco/Palmeiras – 23.10.2025

O multicampeão Abel Ferreira vive seu maior desafio em cinco anos como treinador do Palmeiras. Ele precisa virar um resultado adverso de 3 a 0 para chegar à terceira final de Libertadores da América.

Tarefa muito difícil, mas longe de ser impossível ou investida de poderes sobrenaturais. O Palmeiras tem muito mais time, mais investimento e mais treinador, também.


Para conseguir a façanha, Abel Ferreira precisa de um exercício de humildade e admitir que sua estratégia no jogo de ida contra a LDU, nos quase 3.000 metros de altitude, foi um desastre. Isso feito, ele terá ferramentas para buscar uma classificação que, se vier, será histórica: jamais um time brasileiro virou um placar adverso de três gols em confrontos eliminatórios na Libertadores.

Quais foram os erros estratégicos do estrategista Abel Ferreira?

1 – Ceder um latifúndio para o adversário jogar.

Ao montar um meio-campo com apenas um jogador de marcação, Abel ofereceu um vasto espaço para a LDU fazer o que mais gosta: pressionar em velocidade e arriscar chutes de média e longa distância. Escolheu um jogador de marcação lento e pouco dinâmico, o uruguaio Emy Martínez, para a função. Também escalou Raphael Veiga, muito mais criador do que destruidor, para marcar o velocista do time adversário, Bryan Ramírez.


2 – Deixar esburacado o setor direito da defesa.

Ao escalar Khelven, cujo ponto fraco é a marcação, na lateral, Abel sobrecarregou o zagueiro Gustavo Gómez e obrigou Martínez e Andreas Pereira a correr feito loucos para cobrir os buracos. Essa movimentação abriu o meio-campo para as descidas de Villamil e Gruezo, que deitaram e rolaram em cima da marcação verde.

3 – Demorou para perceber o erro e não corrigiu.

Enquanto seu time era atropelado, Abel Ferreira assistiu passivamente do banco. Não cobrou mais competitividade (o que fez somente na coletiva após o jogo) e nem mexeu taticamente para corrigir o pior defeito da equipe: o enorme vazio entre os setores e o meio-campo despovoado.


Tinha Fuchs no banco, poderia ter montado uma linha de três zagueiros e fechado melhor o meio para igualar numericamente. Quando sofreu o segundo gol, deveria ter trancado o time e apostado tudo no jogo de volta.

4 – Falta de pegada decisiva.

O maior desafio do Palmeiras em 2025 é saber decidir. Sempre que precisou ser decisivo, o time fraquejou. Perdeu a final do Paulista, foi eliminado na Copa do Brasil e ainda não venceu nenhum time da parte de cima da tabela do Brasileiro.


O que Abel precisa fazer para virar a vantagem da LDU?

1 – Ser corajoso.

O treinador não tem para onde correr. Ele pode ver seu pior ano no Palmeiras se materializar entre domingo e quinta-feira. O desastre em Quito comprometeu também o Brasileiro. Não é hora de poupança, mas de investimento agressivo. Se é para perder, que perca lutando.

2 – Deixar o passado no passado.

Abel parece demonstrar gratidão justificada por jogadores que entregaram muito há algum tempo e hoje não entregam mais. O campo fala, dizia Muricy Ramalho. Nem sempre amuletos vencerão jogos difíceis.

3 – Arrumar a defesa urgentemente.

Esse é o maior desafio. Um time obrigado a vencer por goleada precisa se expor e correr riscos. O Palmeiras sofreu seis gols em duas partidas e escancarou vulnerabilidades, como a fragilidade da marcação no lado direito (Giay e Khelven marcam mal) e a falta de pegada do meio-campo. O Palmeiras se defende mal desde o ataque, ganha poucas divididas e se deixa dominar na hora da luta.

4 – Olhar mais para o próprio umbigo.

Abel adora buscar causas externas para suas derrotas. Arbitragem, calendário, sorte dos rivais. É hora de olhar para o próprio umbigo e ter autocrítica. Inteligente como é, ele sabe o que precisa ser corrigido. Precisa pensar menos em ter razão e mais em solucionar problemas. Não à toa é o melhor treinador em atividade no Brasil.

*Maurício Noriega é jornalista esportivo e comentarista da RECORD

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