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O que a inteligência artificial pode – e não pode – fazer pela educação

A tecnologia deve ser uma aliada no sentido de impulsionar o protagonismo estudantil

Espaço Prisma|Do R7

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Nenhum algoritmo consegue substituir o olhar atento de um educador Gustavo Fring/Pexels

Notícia publicada recentemente na imprensa diz que a Alpha School, instituição localizada na Califórnia (EUA) e com uma mensalidade de R$ 18 mil, substituiu professores por inteligência artificial.

O modelo adotado reacende, no Brasil e no mundo, o debate sobre até onde a tecnologia pode contribuir para a educação, e quais são os limites de sua aplicação.


De acordo com especialistas, a IA pode apoiar a personalização de trilhas de aprendizagem, sugerir atividades adaptadas ao ritmo de cada estudante e auxiliar em tarefas administrativas, liberando tempo dos docentes. Mas, quando se trata de substituir a figura do professor, surgem críticas.

Nenhum algoritmo consegue substituir o olhar atento de um educador para perceber quando um aluno está inseguro, quando precisa de incentivo ou até de um simples gesto de acolhimento.


As diretrizes internacionais reforçam a cautela. O AI Act da União Europeia e relatórios da Unesco recomendam que a introdução da IA só ocorra a partir dos 13 anos, período em que crianças já têm habilidades cognitivas mínimas para interpretar e questionar as respostas fornecidas pela tecnologia.

O debate não é sobre estar contra ou a favor da inteligência artificial. É sobre entender a idade certa, o contexto pedagógico e os limites de sua aplicação.


Pesquisas revelam avanços e riscos

Um relatório especial da Microsoft, divulgado em 2025, mostra que escolas que utilizam IA relatam avanços na autonomia dos alunos e na eficiência de processos internos, como planejamento pedagógico e uso de dados em tempo real para identificar dificuldades.

A tecnologia, segundo o estudo, vem sendo aplicada não apenas como ferramenta de economia de tempo, mas como forma de impulsionar o protagonismo estudantil.


No Brasil, uma pesquisa inédita do Instituto Significare em parceria com a UTFPR (Universidade Tecnológica Federal do Paraná), também de 2025, ouviu 346 professores da educação básica em todas as regiões do país.

O levantamento revelou adesão crescente ao uso da IA em sala de aula, mas também destacou preocupações sobre segurança digital, ética no uso das ferramentas e inclusão dos estudantes.

Para os docentes, a tecnologia só será eficaz se vier acompanhada de formação adequada e de políticas que reduzam desigualdades.

*Isis Aquino é diretora educacional

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