Paulistão enfrenta elitismo com criatividade

Aos 45 do segundo tempo, a Federação Paulista de Futebol tirou da cartola uma nova fórmula para a disputa do Paulistão 2026.

Confesso que gostei do modelo Champions League com sotaque caipira.

Não se discute a importância maior dos torneios nacionais, mas o futebol regional é muito importante para a sobrevivência do ecossistema.

Os times menores e sem calendário nacional foram escanteados por um modelo elitista e restritivo.

Sempre fui e sempre serei defensor do futebol dos rincões do País, cujo potencial revelador de talentos é gigante. Além disso, não se deve decretar o simples fim do futebol em cidades e clubes menores.

Ainda hoje não engulo o golpe elitista que foi a Copa União, que tentou mudar o futebol na base da carteirada em 1987. Guarani, vice-campeão, e o América do Rio, terceiro colocado no Brasileiro de 1986, foram excluídos do torneio de 1987 na mão grande.

A solução da FPF foi criativa. Preserva a indiscutível importância dos clássicos e dos clubes gigantes, mas oferece aos menores a visibilidade de um torneio economicamente chamativo.

De quebra, apimenta a disputa oferecendo um desafio extra os quatro grandes paulistas. A manutenção dos clássicos faz com que três dos oito jogos de Corinthians, Palmeiras, São Paulo e Santos na primeira fase sejam clássicos. O que representa 37,5% da etapa classificatória.

Como oito das 16 equipes passam para a fase eliminatória, a chance de times menores se classificarem aumenta. Principalmente os que subiram da Série A-2 e os que escaparam do rebaixamento em 2025. Essas equipes enfrentarão apenas um time grande na primeira fase.

Quartas-de-final e semifinais serão em jogo único, e a federação ainda tenta fazer a grande final em duas partidas. Falta resolver essa questão pelo aperto do calendário para divulgar a tabela e as datas de início e fim.

O Paulistão 2026 será atração da RECORD com exclusividade na TV aberta e nas plataformas digitais com R7 e RecordPlus.

A melhor maneira de dar as boas-vindas ao futebol no ano novo, que mais uma vez terá o Brasileirão com nossa transmissão especial.

*Maurício Noriega é comentarista da RECORD

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