Seleção de Ancelotti ainda está cochilando
Apesar do entusiasmo demonstrado pela imprensa europeia, Brasil ainda não é um monstro que despertou
Espaço Prisma|Maurício Noriega*
A manchete do diário espanhol AS exalava entusiasmo após a vitória do Brasil sobre o Senegal: “Ancelotti desperta um monstro”.
O morno empate diante da Tunísia trouxe a dura realidade de volta. O monstro não existe ou, vá lá, ainda vive cochilando no serviço.
A irregularidade é a marca registrada da seleção brasileira sob o comando incensado do italiano Carlo Ancelotti. Longe de ser confiável.
Os testes do treinador mexeram com o que funcionou muito bem ante Senegal e entregaram um time que em vez de ser rápido e letal foi apressado e ansioso contra a Tunísia.
O Brasil ainda não domina a arte do ritmo. Aquela alternância entre velocidade, controle, avanço e retração que toda grande equipe tem. É impossível jogar futebol em alta velocidade o tempo todo, ou apenas especulando em contragolpes. Variar é preciso.
A seleção volta a campo apenas em março de 2026, contra França e Croácia. Dois rivais europeus. A França da primeira prateleira, uma das favoritas no Mundial e dona do maior arsenal de talentos da atualidade. Os croatas sempre um osso duro de roer.
Nessas partidas não haverá testes e veremos o provável time da Copa.
A grande dúvida segue sendo quem completará a linha ofensiva de quatro jogadores no sistema 4-2-4? Rodrygo, Vini e Estevão são titulares. Raphinha surge como provável opção para a vaga de Matheus Cunha, a quem faltam argumentos técnicos para dono da camisa.
O monstro despertará?
Antes disso, precisa parar de cochilar no serviço.
*Maurício Noriega é comentarista da RECORD
Fique por dentro das principais notícias do dia no Brasil e no mundo. Siga o canal do R7, o portal de notícias da Record, no WhatsApp
