Número de nascimentos cai em SP e acende alerta demográfico no país
Segundo especialista, fatores econômicos, culturais e o pessimismo sobre o futuro aceleram a queda da natalidade
Heródoto Barbeiro|Heródoto Barbeiro
São Paulo registra um dos menores índices de natalidade da história, refletindo uma tendência que já se espalha por todo o país. Segundo Joice Melo Vieira, professora do departamento de demografia da Unicamp, a queda no número de nascimentos está ligada a três fatores principais: o peso econômico de criar filhos, mudanças culturais, como uniões mais curtas e novas dinâmicas de gênero, e um crescente pessimismo em relação ao futuro. Grandes centros urbanos, como São Paulo, costumam antecipar essas transformações, o que explica a intensidade do fenômeno no estado.
Para repor a população, seriam necessários 2,1 filhos por mulher, mas São Paulo opera hoje em torno de 1,3 a 1,4, número abaixo da média nacional, de aproximadamente 1,5. A especialista alerta que o cenário não é exclusivo do Brasil e cita países como Coreia do Sul e Rússia, onde a baixa fecundidade já provoca perda populacional.
Para reverter o quadro, ela destaca que não há solução simples: é preciso melhorar condições de vida, garantir equilíbrio entre trabalho e família e reconstruir uma perspectiva de futuro mais otimista para os cidadãos.
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