Sequestro de avião expôs fragilidade da segurança presidencial no Brasil
Em 1988, tratorista armado tentou derrubar Boeing contra o Palácio do Planalto para matar José Sarney
Heródoto Barbeiro|Heródoto Barbeiro
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Atentado contra chefe de Estado não é nenhuma novidade na história. A Primeira Guerra Mundial começa com o assassinato do herdeiro do Império Áustro-Húngaro, em Sarajevo, na Bósnia, em 1914. O czar russo, após várias tentativas, também foi vítima de um atentado.
Alexandre Ulianov foi enforcado no final do século XIX em uma tentativa fracassada de matar o czar Alexandre III. Não pediu perdão imperial e morreu pela causa da queda da monarquia.
O fato influenciou nitidamente o irmão dele, Vladimir Ilitch Ulianov, conhecido pelo nome revolucionário de Lênin. A ele se atribui o assassinato do czar Nicolau II e toda a sua família. Inclusive as crianças.
Matar presidente não é comum no Brasil. Quem chega mais perto disso é um soldado do Exército que atira contra o presidente Prudente de Morais no arsenal da Marinha, no Rio de Janeiro.
Ele erra e mata o Ministro da Guerra. Os chefes de Estado brasileiros nunca estiveram preocupados com atentados contra a sua vida.
Sua segurança é frágil e a capital federal bem policiada por forças civis e militares. É comum ver o presidente em eventos públicos com quase nenhuma segurança.
Não há movimento terrorista catalogado nos órgãos de segurança e mesmo os jornalistas não imaginam o que uma pessoa poderia fazer para matar o presidente. Talvez um golpe de Estado com o apoio das Forças Armadas?
O objetivo é atingir o Palácio do Planalto e matar o presidente da República. Com isso, diz o autor do atentado, é a única forma de mudar a situação do Brasil, principalmente combater o desemprego.
O voo do Boeing da Vasp sai de Porto Velho e tem como destino o Rio de Janeiro. Uma das escalas é na capital federal. Um dos passageiros, um tratorista desempregado, acaba com a tranquilidade do voo.
Armado de um revólver calibre 32, Raimundo da Conceição, anuncia que estava sequestrando o avião para atirá-lo contra o Palácio Presidencial e matar o presidente José Sarney, maranhense como ele.
Invade a cabine de comando do avião e inicia o sequestro que se parece a um filme de Hollywood. Atirou e feriu dois comissários e com isso entrou no cockpit e matou o copiloto com um tiro na nuca.
O comandante Lima e Silva conseguiu demovê-lo do choque, alegando falta de visibilidade e que não tinha mais combustível. Ele consegue convencer Raimundo que lá em Goiás poderá pegar outro avião.
No aeroporto de Goiânia mantém o comandante como refém até ser baleado pela Polícia Federal. Logo depois morre no hospital. É o auge do sequestro em 29 de setembro de 1988.
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