A arte por trás da 36ª Bienal de São Paulo
Royal Air Maroc transporta 24 toneladas de obras para o evento

Dar forma à 36ª Bienal de São Paulo, a maior exposição de arte contemporânea do Hemisfério Sul, é um desafio à altura da grandiosidade da mostra. A edição de 2025 reúne mais de mil obras de 125 artistas e já é considerada uma das maiores da história em número e diversidade. Para a estruturação do evento, a Fundação Bienal conta com 76 colaboradores permanentes, enquanto mais de cem especialistas participaram da montagem. Em São Paulo, parceiros logísticos trabalharam em estreita cooperação para receber, liberar e entregar as obras dentro do prazo.
Ao todo, 47 voos internacionais transportaram obras de 22 países, incluindo o Brasil, cruzando rotas em uma engrenagem complexa que prova o caráter multicultural do evento. Entre os maiores desafios, destacam-se as peças que demandam soluções sob medida: esculturas que precisam ser desmontadas e remontadas com precisão, além de delicadas obras em vidro e cerâmica, transportadas em embalagens especiais para garantir a integridade dos materiais.
Como transportadora oficial da mostra, a Royal Air Maroc (RAM), companhia aérea nacional do Marrocos, deslocou cerca de 24 toneladas de obras de arte de diferentes partes do mundo até São Paulo. No total, mais de 120 colaboradores da RAM estiveram envolvidos, incluindo gestores, supervisores de carregamento e de operações, agentes de carga e vendas, entre outros.
O trabalho exigiu expertise logística e uma malha aérea integrada para trazer ao Brasil obras e artistas de múltiplas regiões, inclusive daquelas com pouca ou nenhuma conexão direta com o país. Os embarques foram centralizados no hub de Casablanca, com partidas principalmente da África (Marrocos, Senegal, Costa do Marfim, Gana) e da América do Norte (Montreal, Toronto, Miami).
Um outro desafio foi o prazo de 20 dias estabelecido para o transporte. Durante o mês de agosto, a equipe da Royal Air Maroc, em Casablanca e nas estações externas, foi mobilizada para garantir o embarque e a proteção de todas as obras. As etapas incluíram embalagem, embarque, liberação alfandegária e operações em solo.
O tamanho das peças artísticas impôs cálculos logísticos específicos, já que a companhia adota protocolos de carregamento que atendem a rigorosos requisitos de segurança. Assim, os voos que chegavam a Casablanca eram feitos em aeronaves de médio porte (Boeing 737 Max). Em seguida, a carga era transferida para aeronaves wide-body B787-9 Dreamliner.
De acordo com Othman Baba, diretor regional da Royal Air Maroc para a América do Sul, a conectividade transcontinental da companhia — com voos regulares entre São Paulo e Casablanca — permite conexões com mais de 90 destinos na África, Europa, Ásia e América do Norte. “Foi uma jornada intensa, mas a nossa malha integrada e toda a equipe envolvida reforçaram o nosso compromisso e respeito com a arte e o seu poder em conectar culturas. Participamos ativamente da construção de uma ponte permanente entre o Brasil e o continente africano, aproximando a nossa pluralidade artística a países que pertencem ao Sul Global”, ressalta.
“A parceria com a Royal Air Maroc se mostrou fundamental para tornar possível uma Bienal desta dimensão, que reúne obras e artistas vindos de diferentes continentes. Mais do que garantir a chegada segura das obras, esta colaboração simboliza a construção de pontes culturais entre Brasil, África e outros territórios, reafirmando a Bienal de São Paulo como uma plataforma de encontros globais”, afirma Andrea Pinheiro, presidente da Fundação Bienal de São Paulo.
A 36ª Bienal de Arte de São Paulo, intitulada *Nem todo viandante anda estradas – Da humanidade como prática*, se inspira no poema da poeta afro-brasileira Conceição Evaristo, “Da calma e do silêncio”. A proposta é explorar questões universais da humanidade: a natureza, os encontros e os deslocamentos.
Esta edição conta com a curadoria geral de Bonaventure Soh Bejeng Ndikung e sua equipe de cocuradores, composta por Alya Sebti, Anna Roberta Goetz e Thiago de Paula Souza, além da cocuradora *at large* Keyna Eleison e da consultora de comunicação e estratégia Henriette Gallus. O diálogo entre linguagens e culturas amplia o protagonismo africano e reforça a vocação da Bienal como um espaço plural de trocas globais.
A mostra – aberta ao público até 11 de janeiro de 2026 – está em cartaz gratuitamente no Pavilhão Ciccillo Matarazzo, no Parque Ibirapuera · Portão 3 · São Paulo (SP). Saiba mais: [https://bienal.org.br/](https://bienal.org.br/)
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