A notícia, embora ruim para a aviação civil, já era esperada.
Em comunicado em suas redes sociais neste sábado (5), a estatal russa Aeroflot informou que suspenderá todos os seus voos internacionais — ou o pouco que restou deles após as sanções do Ocidente — a partir da próxima terça-feira (8) por causa das "circunstâncias adicionais que impedem a realização de voos”.
O cancelamento se estende às subsidiárias Aurora e Rossiya, embora a Aeroflot tenha dito que continuaria voando para Minsk, capital de Belarus.
A indústria aérea russa, lembra o jornal New York Times, foi duramente atingida quando países ao redor do mundo impuseram sanções à Rússia por causa da decisão do presidente Vladimir Putin de invadir a Ucrânia. Putin e o presidente de Belarus, Aleksandr Lukashenko, são aliados, e as forças russas atacaram a Ucrânia a partir desse país.
Em mais um sinal de danos à indústria aérea do país, a autoridade aeronáutica da Rússia, Rosaviatsiya, recomendou no sábado que as companhias aéreas russas com aviões registrados em jurisdição estrangeira suspendam todos os voos para o exterior a partir de domingo por temor de que possam ser apreendidos por governos estrangeiros.
A suspensão significa efetivamente que as companhias aéreas russas não poderão mais utilizar aeronaves fabricadas no exterior em rotas internacionais.
Já havíamos falado aqui no Blog sobre as dificuldades enfrentadas por toda a aviação civil russa desde que as principais fabricantes do mundo — Boeing, Airbus e Embraer — suspenderam a venda de peças, manutenção e suporte técnico após a invasão.
A União Europeia ordenou que as empresas de leasing rescindissem centenas de arrendamentos de aeronaves por empresas russas. A Rússia retaliou proibindo as companhias aéreas ocidentais de entrar em seu espaço aéreo.
Desde as sanções impostas, a Aeroflot vinha sendo protagonista de uma série de incidentes.
Foi acusada de invadir o espaço aéreo do Canadá, com um voo que saiu de Miami e outro de Cancún em direção a Moscou, ainda antes de os Estados Unidos fecharem seu espaço aéreo às aeronaves russas.
Houve um jato retido no aeroporto de Genebra, depois que a Suíça aderiu à iniciativa da União Europeia de fechar seu espaço aéreo.
E precisou fazer um pouso não programado em Istambul, na Turquia, em um voo que ia de Moscou para Verona, na Itália.
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