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Luiz Fara Monteiro

Aeroporto de Caratinga é cercado de obstáculos às aeronaves

Boletim informativo para pilotos ressalta a presença de morro e torres na área de aproximação dos aviões. Cantora Marília Mendonça e outras 4 pessoas morreram na queda do King Air

Luiz Fara Monteiro|Do R7

Boletim técnico sobre a região da pista de Caratinga
Boletim técnico sobre a região da pista de Caratinga

O Serviço de Informação Aeronáutica, conhecido entre profissionais da aviação como AIS (do inglês Aeronautical Information Service), traz informações vitais a todos os envolvidos na parte operacional de voo.

A principal responsabilidade do profissional AIS é disponibilizar aos usuários todas as informações necessárias ao planejamento e execução de um voo seguro. Qualquer omissão ou incorreção de informações implica grave perigo à segurança.

Outra ferramenta importante para os aviadores é conhecida como Rotaer, sigla de Rotas Especiais para Aeronaves.

Algumas observações oficiais incluídas em boletins Rotaer da pista de Caratinga (SNCT), onde ocorreu o acidente que vitimou a cantora Marília Mendonça e outras quatro pessoas, chamam a atenção sobre pontos que podem comprometer a segurança operacional.


Entre elas está a observação para "obstáculo não iluminado (morro) violando o plano básico de zona de proteção do AD (aeródromo).

Em outro trecho, o boletim alerta para uma torre "violando o plano básico de zona de proteção do aeródromo".


Embora seja cedo para especular sobre as causas do acidente, essas informações contribuem para a investigação e reforçam as suspeitas de que o turboélice pode ter atingido um cabo de alta-tensão no instante da aproximação à pista.

Em nota, a Cemig (Companhia de Energia de Minas Gerais) informa que "o avião bimotor que transportava a cantora Marília Mendonça e outras quatro pessoas atingiu um cabo de uma torre de distribuição da companhia no município de Caratinga. A Cemig manifesta seu pesar pelas vítimas do acidente e presta solidariedade a familiares e amigos".


Profissionais da aviação que tiveram acesso a imagens parciais do local do acidente chamam a atenção para a cauda quebrada e a asa esquerda quebrada na vertical, sem deslocamento para trás, o que pode indicar a ausência de deslocamento (horizontal).

Outra observação diz respeito a "falta de danos relacionados a impacto na parte da frente da cabine, somente danos na parte de baixo, o que pode indicar [a causa das] mortes por desaceleração vertical, situação em que o cinto [de segurança] não oferece proteção".

Os textos aqui publicados não refletem necessariamente a opinião do Grupo Record.

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