Autoridade de Aviação Civil da África do Sul condena comportamento de passageira indisciplinada
Vídeo mostra agressões de passageira contra comissárias após suposta recusa de bebida
A SACAA (sigla em inglês para Autoridade de Aviação Civil da África do Sul) emitiu uma nota para condenar o comportamento indisciplinado de uma passageira que agrediu fisicamente duas comissárias e por supostamente violar a dignidade da tripulação da FlySafair, como mostrou o blog Aviação.
A passageira também foi acusada de proferir insultos raciais contra a comunidade negra durante o voo entre Durban e a Cidade do Cabo na quinta-feira, 26 de dezembro. Supostamente a mulher estaria bêbada no voo e teria ficado indignada com a tripulação lhe recusando servir mais bebida alcoólica.
O porta-voz da companhia aérea, Kirby Gorden, disse que uma mulher bêbada, funcionária da rede de rádio e tv estatal SABC (South African Broadcast Company) foi encaminhada à polícia quando o avião pousou na Cidade do Cabo.
“Condenamos qualquer comportamento dessa natureza. Os comissários de bordo têm a função principal de agentes de segurança. E interferir em seus deveres é uma infração criminal. Essa passageira será colocada em nossa lista de proibição de voos e não será bem-vinda em futuros voos da FlySafair”, disse.
A rede SABC diz que investiga a ocorrência.
Ao site News 24, a passageira alega que não estava bêbada e estuda processar a companhia aérea. O perfil dela no Facebook foi fechado.
O partido político sul-africano DA (Aliança Democrática) abriu um processo criminal contra Nobuntu Mkhize na Delegacia de Polícia de Bishop Lavis, na Cidade do Cabo, acusando-a de abuso racial contra a comunidade negra durante uma ocorrência em um voo da FlySafair.
A filmagem, capturada por outros passageiros, mostra Mkhize agressiva após exigir uma bebida, empurrando uma comissária de bordo, jogando uma bebida em outro membro da tripulação e resistindo à contenção, tudo isso enquanto lançava insultos. O incidente despertou ampla atenção em todo o país.
O líder da DA no Cabo Ocidental, Tertuis Simmers, disse que era evidente no videoclipe que Mkhize estava infringindo a dignidade dos comissários de bordo.
De acordo com o Daily Maverick, no vídeo, Mkhize foi ouvido dizendo:
“Você é um mestiço de Mitchells Plain, todos esses anéis de ouro, mas nenhum diploma. Agora mesmo, quando pousarmos, vou pegar um Uber para casa. Você nem tem carteira de motorista. Você nem tem carro.”
Mitchells Plain é uma comunidade no subúrbio da Cidade do Cabo, construída durante a década de 70 para fornecer moradia para vítimas da segregação devido à implementação do Group Areas Act, um conjunto de leis aprovadas pelo governo do apartheid da África do Sul, que estabeleceu áreas residenciais e comerciais segregadas racialmente.
O porta-voz do promotor público, Matthew Sims, disse que o promotor público apresentou uma acusação de crime de injúria contra Mkhize e que esse tipo de discriminação não tem lugar em uma sociedade democrática.
Aliança Patriótica
Kenny Kunene, vice-presidente da Aliança Patriótica, apresentou uma queixa oficial à Comissão Sul-Africana de Direitos Humanos contra Mkhize.
Na carta, sugere que comissão investigue as declarações de Mkhize.
Kunene disse que essas declarações perpetuavam estereótipos raciais prejudiciais, violavam a Lei de Promoção da Igualdade e Prevenção da Discriminação Injusta e minavam os direitos constitucionais à igualdade e à dignidade protegidos pelas seções 9 e 10 da Constituição.
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