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Luiz Fara Monteiro

Azul analisa opções para renegociar dívida e conversa com aéreas do Brasil, diz agência

Fusão com a GOL, oferta de ações e concordata estão entre as opções, segundo a Bloomberg. Companhia escolheu o Citigroup Inc. como consultor

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Azul: recuperação pode passar por uma fusão com a GOL Vinicius Magalhaes

A Azul Linhas Aéreas avalia opções que vão desde uma oferta de ações até um pedido de concordata para lidar com o pagamento de dívidas que se aproximam, de acordo com a agência Bloomberg.

Não é segredo que o Grupo Abra, controlador da GOL e da Avianca, e a Azul têm conversado sobre possibilidade no mercado. A Azul tem ainda um grande interesse numa fusão com a GOL para convencer os credores de que uma nova empresa teria níveis de dívida mais baixos e melhores perspectivas de crescimento, disse uma fonte ouvida pela agência, sob a condição de anonimato. Mas essa abordagem é vista como menos atraente, dadas as necessidades iminentes de caixa da Azul e de seus resultados financeiros.

Embora o pedido de proteção contra falência esteja na mesa, a Azul tem feito de tudo para evitá-lo e trabalha com o Citigroup Inc. para uma potencial oferta subsequente, de acordo com uma das pessoas. A empresa também escolheu o Citi como consultor no potencial acordo de fusão com a Gol, e busca esse eventual acordo como uma opção estratégica separada da atual crise de dívida.

Outra opção considerada, segundo a Bloomberg, seria a emissão da dívida por meio da Azul Cargo, unidade de carga da transportadora. Representantes da Azul e do Citi não quiseram comentar a matéria da agência de notícias.


A Gol entrou com pedido de concordata, Capítulo 11, em janeiro, após lidar com US$ 2,7 bilhões em passivos de curto prazo e realizar uma dúzia de trocas de dívida. Três outras das maiores companhias aéreas da região — Avianca Holdings SA , Latam Airlines Group SA e Grupo Aeromexico SAB — entraram com pedido de falência em 2020, com seus respectivos processos se arrastando por anos. Desde então, transportadoras menores como a Interjet no México e a Viva Air da Colômbia também encerraram as operações.

A Azul foi a única entre o trio de companhias aéreas dominantes do Brasil que não entrou com pedido de proteção contra falência depois que a pandemia da Covid-19 devastou a indústria de viagens. Em vez disso, a empresa conseguiu adiar os vencimentos por meio de uma troca de títulos em junho de 2023. Mas ainda luta com obrigações de arrendamento e altos pagamentos de juros sobre sua carga de dívida.


Recentemente o vice-presidente regional da Associação Internacional de Transportes Aéreos - Iata - para as Américas, Peter Cerdá, sinalizou que uma eventual fusão da Azul com a GOL pode ocorrer caso se prove positiva para o mercado. Na avaliação de Cerdá, a fusão entre empresas do setor de aviação não é uma novidade e, mais ainda, tem se mostrado uma tendência global. “A consolidação faz parte da nossa evolução como indústria e tem acontecido de forma relevante nos Estados Unidos e na Europa. Por que não pode ocorrer também no Brasil?”, ressaltou o executivo da IATA.






Os textos aqui publicados não refletem necessariamente a opinião do Grupo Record.

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