Comissária sofre fratura durante turbulência em voo da American Airlines
Profissional estava na galley traseira quando foi arremessada no ar e depois no chão, enquanto tentava alcançar seu assento
Luiz Fara Monteiro|Do R7
O Boeing 777-200 da American Airlines, de matrícula N789AN, estava pronto para decolar de Cancún, México, para Dallas Ft. Worth, nos Estados Unidos.
252 passageiros e dez tripulantes estavam a bordo do voo AA-1601.
Durante o trajeto, no entanto, o avião encontrou uma rápida e forte turbulência. A força do movimento fez uma comissária de bordo sofrer um ferimento grave.
A aeronave pousou em segurança às 14:59 UTC na pista 31R de Dallas.
Dados do aplicativo RadarBox.com mostram que o vôo saiu de Cancún às 12h23, horário local, alguns minutos antes do horário programado. A aeronave atingiu rapidamente a altitude de cruzeiro de 38.000 pés e começou a viagem de aproximadamente duas horas e meia até o Texas. Os dados mostram que às 13:27 a aeronave aumentou ligeiramente sua velocidade e altitude para 40.000 pés.
As informações se contradizem em relação ao horário da ocorrência.
O órgão americano — FAA — relatou que a "aeronave encontrou a turbulência em [durante a aproximação] final. No entanto, forneceu um carimbo de hora de 18:24Z, momento em que a aeronave estava em rota no nível de 38.000 pés, ainda sobre o Golfo do México, cerca de 260 milhas náuticas a noroeste de Cancún. A aeronave iniciou uma subida para o FL400 cerca de dois minutos depois. Um comissário de bordo sofreu um ferimento grave, a ocorrência foi classificada como um acidente.
A ocorrência foi classificada como acidente e está sendo investigada pelo NTSB.
Nesta sexta-feira (7) o NTSB divulgou seu relatório final — publicado no Aviation Herald — concluindo que a causa provável do acidente — ocorrido em 15 de março de 2021 — foi um encontro com turbulência de ar puro durante a abordagem.
O NTSB analisou:
De acordo com a tripulação de vôo, o comandante fez um anúncio público aos comissários de bordo para se prepararem para o pouso entre os níveis 20.000 e 19.000 pés. Ao passar 8.500 pés em vetores para uma abordagem visual do Aeroporto Internacional de Dallas (KDFW), a tripulação ouviu outra aeronave na área relatar turbulência na frequência do Controle de Tráfego Aéreo (ATC). Posteriormente, o comandante ligou para o comissário de bordo número 1 para notificá-lo da turbulência potencial e garantir que os comissários estivessem sentados. Aproximando-se do ponto geográfico virtual (waypoint) GACHO a 6.500 pés, a tripulação afirmou que a aeronave experimentou um "solavanco" moderado de turbulência que durou cerca de um segundo. A tripulação afirmou que o tempo estava com visibilidade irrestrita e sem precipitação nas proximidades do encontro de turbulência.
No momento da turbulência, os comissários haviam concluído a segurança da cabine. Entretanto, uma das comissárias, que se encontrava na galley traseira, foi jogada no ar e depois no chão enquanto tentava alcançar seu assento. Ela sofreu fratura no quadril direito e teve que permanecer no chão da cozinha até o pouso. Os paramédicos receberam o vôo no portão e transportaram a comissária ferida para o hospital, onde foi diagnosticada a fratura.
Devido a gravidade dos ferimentos a ocorrência foi classificada como acidente. Os outros comissários não disseram que ouviram quaisquer avisos adicionais de turbulência iminente.
Os passageiros podem evitar ferimentos durante turbulências repentinas viajando sempre com o cinto de segurança afivelado, como as companhias sugerem. Para os comissários, que trabalham de pé durante boa parte do voo, os riscos são maiores.
A maioria das turbulências pode ser detectada por radares na cockpit. No entanto, alguns eventos — raros — são repentinos e acabam pegando a tripulação de surpresa.
Aos passageiros que se assustam com essa situação, é importante lembrar que aeronaves são projetadas para enfrentar turbulências — mesmo as mais severas — em total segurança.
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