Ex-comissárias tiram uniforme em praça no centro de Roma
Reprodução de TVHá 5 dias este blog noticiou a criação da ITA (Italia Transporto Aero), nova companhia criada com aval do governo italiano e da União Européia. E ressaltou a grande insatisfação de ex-funcionários da Alitalia, que vendeu seus direitos, incluindo uniformes e domínio eletrônico para a nova companhia por 90 milhões de Euros. 200 milhões a menos do que o pedido inicialmente.
A insatisfação ganha proporções. Nesta quarta-feira o centro de Roma foi tomado por dezenas de ex-comissárias da Alitalia, que tiraram seus uniformes em praça pública e ficaram apenas de camisolas. Foi um protesto pelo corte de mais de 7 mil empregos, fruto da negociação entre a velha e a nova empresa.
Cerca de 50 mulheres se alinharam em filas numa praça próxima ao Capitólio de Roma, colocaram suas bolsas no chão e, em sicronia, removeram lentamente seus sobretudos, jaquetas do uniforme e saias. E finalizaram o ato apenas de camisolas e sapatos de salto.
As ex-comissárias permaneceram em silêncio por alguns minutos até juntarem cuidadosamente suas roupas e sapatos e gritarem juntas: "Nós somos a Alitalia!"
Os sindicatos ligados ao setor denunciam que a ITA absorverá apenas 3 mil, dos quase 11 mil funcionários da antiga companhia. E mesmo assim, os que garantiram emprego na ITA fecharam contratos com uma significante redução de salário.
Os dirigentes sindicais pressionam para que o governo extenda o salário-desemprego por 5 anos para aqueles que nao foram contemplados pela nova companhia. A ITA prometeu novas contratações nos próximos anos, mas nao convenceu os sindicalistas.
Ex-pilotos, técnicos e aeroviários também protestaram nesta quarta-feira em frente ao Ministério da Economia da Itália.
A Alitalia fez seu voo final na última semana após quase 75 anos de existência e experimentou ao longo das décadas sucessivas crises financeiras e recorrente socorro do governo italiano.
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