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Luiz Fara Monteiro

Governo dos EUA admite falhas do Exército e do controle de tráfego aéreo em colisão entre avião e helicóptero em Washington

Voo 5342 da American Eagle colidiu com helicóptero militar durante aproximação para pouso em 29 de janeiro

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Bombardier CRJ-700 da American Eagle, subsidiária da American Airlines Alan Wilson via Wikmedia Commons

O governo dos Estados Unidos admitiu falhas por parte dos pilotos e de um controlador de tráfego aéreo no Aeroporto Nacional Reagan, que levaram ao acidente aéreo fatal sobre o Rio Potomac em janeiro, que tirou a vida de 67 pessoas. É o que mostra um novo documento judicial. A aeronave, com 64 pessoas a bordo, operava o voo AA5342 da American Eagle, subsidiária da American Airlines. O modelo Bombardier CRJ-700 se preparava para pousar na cabeceira 33 quando, momentos antes, o CRJ colidiu com um helicóptero Sikorsky VH-60M Black Hawk do Exército com 3 tripulantes, que operava um voo de treinamento.

A admissão por parte dos advogados do Departamento de Justiça foi apresentada na quarta-feira em resposta a um processo civil movido pela família de um passageiro morto no voo da American Eagle de 29 de janeiro, que partiu de Wichita.


“Os Estados Unidos admitem que tinham um dever de cuidado para com os demandantes, o qual violaram”, afirma o novo documento, abrindo caminho para que as famílias busquem indenização.

Ainda de acordo com o mesmo documento, o governo admitiu que “os pilotos do helicóptero falharam em manter uma separação [entre aeronaves] apropriada e visual do voo da American, sendo esta a causa mais provável do acidente”.


A concessão contida no documento judicial de 209 páginas é uma admissão inesperada por parte dos militares, enquanto o Conselho Nacional de Segurança nos Transportes (NTSB) continua sua investigação independente sobre o acidente.

“Os Estados Unidos admitem que os pilotos que voavam o PAT25 não mantiveram uma separação visual adequada e segura do AE5342”, diz o documento judicial.


O governo dos EUA também admite no processo que um controlador de tráfego aéreo na torre “não cumpriu” uma ordem da FAA que regulamentava o procedimento de controle de tráfego aéreo.

“Os Estados Unidos admitem a responsabilidade do Exército e da FAA pela perda desnecessária no acidente envolvendo um helicóptero do Exército e o voo 5342 da American Airlines no Aeroporto Nacional Reagan. No entanto, o governo reconhece, corretamente, que não é a única entidade responsável por esse acidente fatal”, disse o advogado do demandante, Robert Clifford, em um comunicado em resposta ao processo. O governo americano nega, no entanto, omissão por parte dos controladores e dos pilotos do helicóptero.


A admissão de falha por parte da Torre de Controle e da tripulação do helicóptero não chega a surpreender o meio da aviação. Jennifer Homendy, diretora do NTSB, revelou que, pouco antes da colisão, o piloto do helicóptero havia reportado uma altitude equivalente a 91 metros, enquanto seu instrutor de voo indicava 121.

Segundo revelações feitas nas audiências ao longo do processo, três helicópteros Sikorsky Black Hawk pertencentes ao mesmo batalhão foram periciados no âmbito da investigação e apresentaram discrepâncias entre as altitudes mostradas pelos altímetros de radar e os barométricos.

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