Entre outubro de 2010 e setembro de 2021, 5 mil brasileiros puderam se deslocar pelo país, de avião, sem apresentar documentos e cartões de embarque. Eles só precisaram da imagem da imagem do rosto para realizar todos os procedimentos necessários à viagem, do check-in ao acesso à aeronave.
Esses passageiros foram convidados a participar dos testes do programa federal 'Embarque + Seguro', do Ministério da Infraestrutura (MInfra), em parceria com a Secretaria Especial de Desburocratização, Gestão e Governo Digital, do Ministério da Economia. A solução tecnológica foi desenvolvida pelo Serpro, empresa de tecnologia do Governo Federal.
O 'Embarque + Seguro' é parte do programa de transformação digital do MInfra e teve seus testes realizados nos aeroportos de Florianópolis (SC), Salvador (BA), Santos Dumont (RJ), Confins (em Belo Horizonte/MG), Congonhas (SP), Brasília (DF) e Ribeirão Preto (SP).
O Brasil foi o primeiro país do mundo a estabelecer uma ponte aérea biométrica de ponta a ponta (do check-in ao embarque), ao realizar testes simultâneos em Congonhas e Santos Dumont.
Pesquisa da Associação Internacional de Transportes Aéreos (IATA) publicada neste blog mostra que a maioria dos passageiros no mundo deseja procedimentos aeroportuários mais rápidos, incluindo o uso da biometria.
De acordo com o Ministério de Infraestrutura, o programa utiliza o reconhecimento facial biométrico para tornar a jornada dos viajantes mais rápida e segura. A adesão é voluntária. Os passageiros das companhias aéreas Gol, Latam e Azul, além da Voepass Linhas Aéreas (em Ribeirão), que aceitaram participar se cadastraram e passaram pelo procedimento biométrico. Os dados dos passageiros são preservados, conforme preconiza a Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD).
O software do Serpro acessa as bases de dados governamentais – Justiça Eleitoral e Secretaria Nacional de Trânsito (Senatran) –, mas as informações dos passageiros não são repassadas a terceiros. A solução tecnológica rodou em equipamentos de leitura biométrica fornecidos, também de forma voluntária, por 10 empresas de Tecnologia da Informação: Amadeus, Biomtech, Collins, Digicon, Gunnebo, IDEMIA, Rockwell Collins, Pacer, SITA e Wolpac.
Nos testes, foram medidos indicadores como redução no tempo em filas, no acesso à sala de embarque e à aeronave, além dos custos de operação. Para se ter uma ideia, no Embarque + Seguro todo o embarque é realizado, em média, em três segundos, enquanto o procedimento comum leva de seis a oito segundos para ser finalizado.
A iniciativa também se mostrou importante na pandemia para reduzir o risco de infecção pela covid-19, uma vez que dispensa interação humana e manuseio de papeis, desde o check-in até o embarque na aeronave. Além de importante para mitigar riscos sanitários, espera-se que a implantação definitiva do embarque 100% biométrico nos aeroportos do país resulte em menos tempo de aeronaves em solo, e, consequentemente, em menos custos de operação do transporte aéreo, o que futuramente pode significar redução das tarifas do setor.
Nos próximos dias, começam a ser realizados testes do Embarque + Seguro 100% Digital com tripulantes das companhias aéreas que participaram do piloto com passageiros, em aeroportos administrados pela Infraero.