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Luiz Fara Monteiro

IATA alerta que nova tarifa aeroportuária para conexões ameaça o papel de Lima como hub regional

Associação Internacional de Transporte Aéreo critica a cobrança da Tarifa por Uso de Aeroporto para passageiros em conexão no terminal Jorge Chávez, em Lima

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IATA: governo peruano poderá se arrepender da cobrança William Alves

A recente cobrança da Tarifa Unificada por Uso de Aeroporto (TUUA) para passageiros em conexão no Aeroporto Internacional Jorge Chávez, em Lima, desencadeou fortes críticas da Associação Internacional de Transporte Aéreo (IATA). A entidade afirma que a medida coloca em risco a competitividade do aeroporto como centro de conexões na América Latina.

Em fala recente à imprensa, o diretor-geral da IATA, Willie Walsh, foi categórico ao comentar o impacto da tarifa, que passou a vigorar no início de dezembro. Durante uma coletiva em Genebra, ele classificou a decisão como prejudicial ao futuro do setor aeronáutico peruano. Segundo Walsh, acrescentar um custo ao passageiro em trânsito — que pode escolher conectar em outros hubs da região, como Bogotá ou Panamá — reduz a atratividade de Lima no cenário regional.


“É uma decisão irracional”, afirmou. Para ele, ao encarecer a transferência, o governo peruano compromete o desenvolvimento do hub no Jorge Chávez, já que aeroportos concorrentes não aplicam cobranças semelhantes. Walsh também destacou que muitos formuladores de políticas públicas subestimam o papel do passageiro em conexão, presumindo que, por não sair do aeroporto, seu impacto econômico é irrelevante.

A IATA argumenta justamente o contrário: o fluxo de passageiros em trânsito é o que permite sustentar rotas diretas que beneficiam o próprio mercado peruano. Sem esse volume adicional, diversas ligações aéreas deixariam de ser economicamente viáveis. Dessa forma, a nova tarifa, estimada em cerca de US$ 11,86 para conexões internacionais, pode acabar reduzindo a conectividade disponível aos cidadãos do país.


A cobrança está prevista em uma adenda contratual firmada em 2013, mas sua implementação havia sido sucessivamente adiada por meio de isenções que expiraram recentemente. Com o fim dessas exceções, a TUUA passou a incidir também sobre os passageiros em transferência, o que, segundo a IATA, deve provocar uma migração natural do tráfego de conexão para outros aeroportos mais competitivos.

Walsh alertou ainda que o governo peruano poderá se arrepender da mudança, pois viajantes com alternativas tenderão a evitar escalas em Lima. “Os passageiros que fazem apenas conexão sustentam uma oferta maior de voos diretos. Ao desestimulá-los, perde o aeroporto e perde o país”, concluiu.


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