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Luiz Fara Monteiro

Após atraso, aérea manda passageiros da executiva para hotel; econômica fica no aeroporto

Ocorrência foi registrada após um pouso não programado na região do Caribe

Luiz Fara Monteiro|Luiz Fara Monteiro e Luiz Fará Monteiro

Camas improvisadas para passageiros, no aeroporto de Guadalupe
Camas improvisadas para passageiros, no aeroporto de Guadalupe Reprodução/Laura (passageira)

Caso um voo experimente um atraso prolongado, as companhias aéreas devem providenciar acomodação para todos os passageiros afetados, sem distinção.

Mas, segundo relatos de quem estava a bordo de um voo da Air France, não foi bem isso o que aconteceu em uma situação de demora excessiva para a retomada de uma viagem.

Em 9 de dezembro último, o voo AF499 da Air France deveria voar sem escalas do aeroporto caribenho de St Martin para Paris, na França. Em vez disso, o Airbus A330 voou 260 quilômetros a sudeste até o aeroporto de Pointe-a-Pitre, na ilha de Guadalupe, em Caraíbas, no Caribe.

O motivo do desvio foi a necessidade de reabastecer a aeronave devido aos ventos contrários desfavoráveis ​​na travessia transatlântica, informa reportagem do Independent.


Os fatos a seguir são narrados por Laura, uma passageira do norte da Inglaterra:

“Desembarcamos em Guadalupe por volta das 18h e fomos informados que demoraríamos uma hora para reabastecer – então chegaríamos a Paris cerca de 90 minutos depois.


“Após um período de tempo, fomos informados de que havia um problema com a parte eletrônica [do avião] e que um engenheiro estava trabalhando nisso.

“Ficamos na aeronave, na pista, por cinco horas. Recebemos comida e refrigerante apenas às 22h.


“O comandante nos informou que o problema não poderia ser resolvido e que seria providenciado pernoite em hotel".

Laura continua o relato:

“Por volta das 23h, eles desembarcaram os passageiros da classe executiva e retiveram todos os demais. Eles foram enviados para hotéis. O resto de nós chegou ao terminal do aeroporto e encontramos camas de acampamento e garrafas de água.”

De acordo com as regras europeias em matéria de direitos dos passageiros aéreos, a Air France seria obrigada a fornecer hotéis a todos os viajantes em caso de atraso durante a noite.

Embora a companhia aérea insista que não havia quartos suficientes na ilha para todos os viajantes retidos, alguns passageiros afirmam que os hotéis tinham espaço – que vários deles conseguiram reservas por conta própria.

“Eu pessoalmente não fiz isso”, disse Laura. “Como uma viajante solitária, sem conhecimento da ilha, não queria arriscar me colocar em uma situação que pudesse ser insegura.”

Alguns funcionários [da companhia aérea] estavam no terminal, mas logo deixaram os passageiros à própria sorte durante a noite.

“Havia idosos e pessoas com crianças, todos sem comida, sem informação e sem camas de campanha”, disse Laura.

Na manhã seguinte, as provisões do café da manhã a bordo foram retiradas da aeronave e entregues aos passageiros.

O voo acabou por partir com cerca de 24 horas de atraso, tendo todas as conexões em Paris, no aeroporto Charles de Gaulle, perdidas.

Um porta-voz da Air France disse: "No momento do incidente, o pessoal do aeroporto de Pointe-a-Pitre enfrentou um número inesperado de passageiros que necessitavam de assistência devido ao cancelamento do voo da Air France", informa o The Independent.

“Para gerir a situação, fizeram o possível para encontrar alojamento para todos os passageiros a bordo. Depois que a acomodação em hotel foi organizada para aqueles que necessitavam de assistência e passageiros vulneráveis, o restante da alocação limitada de quartos foi para alguns passageiros da classe executiva.”

Em resposta, Laura disse ao The Independent: “Passei a noite conversando com um casal na casa dos oitenta anos – um dos quais tive que ajudar a sair do avião e comprar um chocolate quente para eles na manhã seguinte, pois precisavam de cuidados. Eles deveriam ter recebido acomodação.”

Laura concluiu: “Esperamos que a Air France estabeleça contingências para garantir que isso não aconteça novamente.”

Ela solicitou à companhia aérea uma compensação pelo atraso – que deve totalizar € 600 (£ 514) – mas ainda não recebeu resposta da companhia.

Os textos aqui publicados não refletem necessariamente a opinião do Grupo Record.

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