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Luiz Fara Monteiro

Piloto de voo comercial confunde orientação da torre e quase colide com outro avião

Sistemas automáticos anti-colisão das duas aeronaves ativaram manobras de emergência e evitaram tragédia

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Air China: pilotos confundem orientação da torre e quase provocam acidente Divulgação Air China

Os pilotos de um Airbus A350 da Air China interpretaram mal as instruções do Controle de Tráfego Aéreo (ATC) e subiram para uma altitude onde outra aeronave navegava, o que acarretou em uma quase colisão. O incidente registrado no último 6 de julho ocorreu no espaço aéreo russo, envolvendo ainda um avião de carga Boeing 767 da SF Airlines. As duas aeronaves ficaram a apenas 100 metros de distância uma da outra, quando a separação vertical mínima de segurança determinada é equivalente a pouco mais de 300 metros (1.000 pés) entre as aeronaves.

O voo CA967 da Air China operado pelo moderno A350-900, matrícula B-32DN, voava de Xangai para Milão, na Itália. Às 21h39 (GMT), a uma altitude de cruzeiro de 34.100 pés, subiu repentinamente para 36.000 pés sem a permissão do Controle de Tráfego russo, ocupando uma trajetória de quase colisão com o cargueiro Boeing 767 da SF Airlines a 35.000 pés.


A distância vertical (mínimo de separação vertical) entre as duas aeronaves era inferior a 300 pés (cerca de 91 metros), muito abaixo da distância de segurança de 1.000 pés (cerca de 305 metros) exigida pelas regulamentações internacionais.

A situação perigosa acionou o Sistema automático de Prevenção de Colisões de Tráfego (TCAS, sigla em inglês de Traffic Collision Avoidance System) em ambos os aviões. O TCAS é um sistema anticolisão embarcado em aeronaves que ajuda a evitar colisões no ar. O sistema automático opera por meio de troca de informações com outras aeronaves equipadas com transponders e dispara alertas visuais e sonoros na cabine para manobras evasivas.


No evento sobre a Rússia, o piloto da Air China imediatamente perguntou ao controlador de tráfego aéreo sobre “o que aconteceu para acionar o alarme [do TCAS]”.

“Você está subindo com instruções ou sem instruções? Por favor, confirme”, quis saber o controlador de tráfego aéreo.


O piloto respondeu: “Não, obrigado.”

O piloto da Air China parece então culpar uma controladora de tráfego aéreo russa, dizendo: “Aquela mulher estava gritando ali, deixando todo mundo confuso”.


Ele continuou: “Não conseguimos explicar isso claramente para eles”, “Não sabíamos como dizer”.

O chinês ainda afirma: “Acho que teremos que escrever um relatório quando voltarmos.”

O piloto do outro avião, o cargueiro da SF Express respondeu: “Com certeza, temos que reportar isso imediatamente quando voltarmos.”

A manobra do Air China não foi determinada pelo controle de tráfego aéreo, o que configura incidente grave na aviação. Uma investigação foi aberta.

No entanto, a gravação mostrou que o controle de tráfego aéreo solicitou à outra aeronave que alterasse sua altitude naquele momento. Uma possível explicação é que o piloto da Air China tenha ouvido ou interpretou mal as instruções dadas à outra aeronave.

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