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Luiz Fara Monteiro
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Por que o mercado aéreo doméstico brasileiro não é atrativo para as empresas estrangeiras?

A alta demanda de processos judiciais seria o principal motivo que leva empresas estrangeiras que trabalham com voos de baixo custo a não operar no Brasil

Luiz Fara Monteiro|Luiz Fara Monteiro e Luiz Fará Monteiro

Flybondi: desistência de operar voos domésticos no Brasil
Flybondi: desistência de operar voos domésticos no Brasil

O governo brasileiro trabalha desde o início do ano com o intuito de incentivar mais brasileiros a usar o transporte aéreo, inclusive com estratégias que possam envolver empresas de baixo custo — as conhecidas "low cost." Além disso, está em fase de teste o Programa Voa Brasil, cujo objetivo é tornar as viagens aéreas mais acessíveis por meio de tarifas mais baixas.

No entanto, ganhou destaque nos últimos dias o caso da empresa argentina Flybondi, que chegou a conversar com o diretor da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), Ricardo Catanant, e com o secretário nacional de Aviação Civil do Ministério de Portos e Aeroportos (MPor), Juliano Noman, para mostrar interesse em operar voos domésticos no Brasil. Contudo, as negociações cessaram devido ao alto número de processos judiciais por danos morais.

Segundo Ricardo Fenelon Jr., ex-diretor da Anac e sócio do Fenelon, Barretto e Rost Advogados, o custo afasta não apenas essa empresa, mas diversas outras.

"Nos últimos anos, vimos empresas de ultrabaixo custo se estabelecerem na Argentina, no Peru, no Chile e na Colômbia, por exemplo. Infelizmente, as pessoas não querem entender que essa tendência à judicialização da aviação traz muitos prejuízos. Quando as principais companhias aéreas americanas anunciam em eventos internacionais que mais de 80% das ações de passageiros que elas enfrentam são no Brasil, isso não é um prêmio. Pelo contrário, isso significa que elas vão investir menos aqui e trazer menos voos", ressalta Fenelon.

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O Brasil não conta com companhias aéreas que ofereçam tarifas de baixo custo em voos domésticos, como em outros países. As empresas que operam no mercado doméstico brasileiro não disponibilizam preços acessíveis fora das promoções, embora tenham algumas características das empresas low cost.

Apesar de ser considerado um mercado importante e com grande potencial, o Brasil não consegue atrair empresas internacionais, e Fenelon mostra o principal motivo: "Já venho dizendo há muito tempo que a aviação brasileira precisa de um olhar sistêmico para entender por que nenhum investidor internacional quer vir para o Brasil", conclui.

Os textos aqui publicados não refletem necessariamente a opinião do Grupo Record.

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