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Luiz Fara Monteiro

Raio atinge avião de passageiros momentos antes do pouso

Ocorrência conhecida como 'lightning strike' é comum mas não afeta a segurança de quem está dentro da aeronave. Ninguém ficou ferido no incidente

Luiz Fara Monteiro|Do R7

A320 da Ural Airlines semelhante ao da ocorrência
A320 da Ural Airlines semelhante ao da ocorrência

Duas horas de voo separam Moscou a Sochi, de 45 mil habitantes, no Sul da Rússia.

Esta foi uma semana chuvosa na cidade, que enfrentou temperatura média diária entre -2 e 7 graus.

Na última terça-feira (18), um Airbus A320-200 da Ural Airlines, de matrícula VQ-BAX, realizou o voo U6-277 do aeroporto de Domodedovo, em Moscou, para Sochi.

A decolagem ocorreu com 48 minutos de atraso, às 11h18.


O voo transcorria normalmente até a aeronave se alinhar à pista 06 de Sochi.

Na aproximação, um raio atingiu em cheio o A320, de 12 anos de uso.


A rota do A320 na plataforma RadarBox.com
A rota do A320 na plataforma RadarBox.com

O avião seguiu a rota e pousou em segurança na 06.

A Agência Federal de Transporte Aéreo russa (Rosaviatsia) relatou que a aeronave experimentou uma descarga de eletricidade atmosférica no pouso e foi retirada de serviço.


A descarga ocasionou danos na cúpula do radar (radome) e em vários rebites da fuselagem, segundo informa o The Aviation Herald.

A aeronave permaneceu no solo em Sochi por cerca de 31 horas e após uma inspeção detalhada, retomou o serviço.

Ao contrário do que possa se imaginar, este tipo de ocorrência é comum na aviação.

De acordo com o ELAT, Grupo de Eletricidade Atmosférica do INPE (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais), aviões comerciais são atingidos por relâmpagos uma vez por ano — e isso durante decolagem ou aterrissagem, quando estão em alturas abaixo de 5 km do solo. Como no caso registrado em Sochi.

Histórico de velocidade e altitude do voo U6-277 no RadarBox.com
Histórico de velocidade e altitude do voo U6-277 no RadarBox.com

O evento é chamado de "Lightning Strike". E por incrível que pareça, o relâmpago não tem capacidade de atingir ou ferir quem está no interior da aeronave, que possui blindagem eletrostática.

Aviões possuem condutores que, ao receber a carga, levam os elétrons para as pontas da asa, radome (nariz do avião) ou para a cauda. 

Ao entrar em uma nuvem ou mesmo voar próximo dela, um avião pode intensificar o campo elétrico e dar início a descargas, formando relâmpagos induzidos. Após formado, o raio pode vir de dentro de uma nuvem, da nuvem ao solo ou mesmo se formar entre duas nuvens, explica o CanalTech.

Assim, quando um raio atinge uma aeronave, os danos externos são parciais. Isso acontece porque, além da modificação do sistema de combustível, os sistemas eletrônicos das aeronaves. geralmente são blindados para evitar interferências da radiação dos relâmpagos. 

Assista abaixo ao vídeo do canal Valk Aviation, no YouTube, que registra o instante em que um Boeing 777-300 da KLM sofre uma descarga elétrica após a decolagem (aos 2' 45" da gravação).

Os textos aqui publicados não refletem necessariamente a opinião do Grupo Record.

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